Companhias pressionam e governo adia obra em Cumbica
A pressão das companhias aéreas fez o governo federal desistir de fechar para obras, ainda neste ano, a maior pista do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), o mais movimentado do país.
Publicado 16/03/2011 12:28 | Editado 04/03/2020 17:17
Em vez da interdição, a pista será reduzida em 30% por quatro meses, de agosto a dezembro. A pista tem 3.700 m; no período, ficará com 2.500 m –o restante terá o asfalto substituído.
A recuperação da pista é essencial para o funcionamento do aeroporto e está entre a prioridades do governo federal para a Copa de 2014.
Com a pista menor, as companhias terão de reduzir carga e até passageiros nos aviões de grande porte, usados em rotas internacionais.
Aviões como o Boeing 777 e o Airbus A-340 são mais pesados e necessitam de mais espaço para decolar. É improvável haver risco à segurança, dizem especialistas.
O cronograma foi feito em fevereiro pela Infraero (estatal que administra aeroportos), Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Snea (sindicato das empresas).
Inicialmente, a Infraero previa fechar toda a pista, o que reduziria em 40% os pousos e decolagens em Cumbica –de 44 para 26 movimentos por hora.
A interdição tinha até data: começaria em 27 deste mês e duraria 54 dias.
Mas as empresas argumentaram que isso seria o "caos". Aeroportos mais próximos, como Confins (MG) e Galeão (RJ), estão saturados.
Receita
Sem alternativa, a redução afetaria a malha aérea nacional e internacional. As empresas perderiam receita –e, com menos voos, passageiros seriam prejudicados.
O que seria definido já no primeiro semestre, agora ficará para o final do ano. No novo modelo, cada empresa definirá como reduzir o peso dos aviões. Não há uma regra, diz Ronaldo Jenkins, diretor do sindicato do setor.
Fonte: Agora SP