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Itamaraty prepara nota para pedir fim dos ataques à Líbia

O governo de Dilma Rousseff está para divulgar, via Itamaraty, uma nota pedindo o cessar dos ataques contra a Líbia. Na nota, o governo vai argumentar que, conforme já previra na votação do Conselho de Segurança da ONU, a intervenção militar do Ocidente está tendo um efeito contrário ao que foi alegado: em vez de proteger os civis líbios, passou a ser instrumento para atingi-los e também matá-los.

A previsão é de que a nota, negociada neste momento entre Itamaraty e Palácio do Planalto, siga o mesmo tom já adotado pela Liga Árabe, que critica os países ocidentais pelos excessos cometidos na ação militar e os danos causados aos civis.

Na votação no Conselho de Segurança, na quinta-feira passada (17), Estados Unidos e Brasil já tinham ficado em lados opostos. Enquanto os EUA lideraram os dez votos favoráveis aos ataques, o Brasil foi um dos articuladores das cinco abstenções –dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), mais Alemanha.

A resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU permitiu o uso de "todas as medidas necessárias" para conter a violência na Líbia e impor uma zona de restrição aérea.

O Brasil alegou preferir uma solução negociada e pacífica e disse temer que os ataques à Líbia tenham o inesperado resultado de aumentar os confrontos em terra.

A avaliação da diplomacia brasileira é de que o próprio Obama era resistente à ideia de um terceiro front militar, já que os americanos já atuam no Iraque e no Afeganistão, mas foi convencido pela secretária de Estado, Hillary Clinton.

Foi Hillary quem participou da decisão dos bombardeios, tomada no sábado (18), em Paris, na cúpula de países ocidentais e árabes, enquanto Obama se reunia com a presidente Dilma Rousseff em Brasília. Consultado, Obama deu o aval à ação.

Fonte: UOL