Metalúrgicos paralisam atividades e conquistam avanços 

Na manhã desta terça-feira (22), o Sindicato realizou assembleia na Mundial, no bairro São Ciro. Eram 5h30min quando os trabalhadores pararam para ouvir o que o Sindicato tinha a dizer sobre as propostas mais recentes da empresa em relação à participação nos lucros

“O valor oferecido é uma afronta ao nosso trabalho, à nossa capacidade de produção,” afirmou Leandro Velho, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul.

O Sindicato colocou em votação paralisar as atividades até que a empresa apresentasse uma proposta que ficasse de acordo com o que os trabalhadores queriam. Por unanimidade, todos os funcionários levantaram o braço, apoiando a paralização.

Produção parada, os diretores da Mundial chamaram o Sindicato para conversar. Após quase duas horas de negociação, o vice-presidente Leandro Velho voltou com a boa notícia. A empresa vai aderir à licença-maternidade de 180 dias e o valor do PPR ficará em R$ 600,00. A primeira parcela de R$ 250,00 será paga dia 30 de abril e o restante será pago em junho.

“Cansamos de fazer reuniões com a direção da Mundial e só ouvir que estavam no vermelho, sempre sem dinheiro. Mas hoje tivemos uma evolução devido a união e a persistência de quem trabalha e faz essa empresa lucrar. Só tenho que agradecer a todos vocês,” finalizou Leandro, sob aplausos dos trabalhadores.

A Mundial alegava que teve prejuízo no ano passado. Porém, como se trata de uma empresa que disponibiliza seus resultados para os acionistas através da imprensa, as informações sobre seus lucros estão à disposição. Conforme números da Bolsa de Valores (BM&F e BOVESPA) em 2010 o lucro líquido foi de R$ 54 milhões.

Para se ter uma ideia, em fevereiro deste ano, durante uma mobilização na Mundial, o Sindicato conversou com os trabalhadores e informou o valor que a empresa repassaria referente ao PPR do último trimestre: zero. Isso sem contar os valores de trimestres anteriores que já foram pagos, os quais vieram com um valor muito abaixo do acertado com a empresa. E, para piorar a situação, a Mundial se recusava a aderir à licença-maternidade de 180 dias, dizendo que seria prejudicial para as trabalhadoras.

Com a proposta acordada no final desta manhã, o valor que era oferecido no mês passado quase triplicou. Além disso, as cerca de 5 horas em que os trabalhadores ficaram parados nesta terça-feira não serão descontadas.

Fonte: Portal CTB