Sessão especial na Assembleia comemora 89 Anos do PCdoB

O Partido Comunista do Brasil, o mais antigo em atividade no país, completou 89 anos nesta sexta-feira (25). Na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) uma sessão especial no Plenário Dirceu Cardoso, proposta pelo deputado Roberto Carlos (PT), comemorou a data.

Sessão Solene PCdoB ES
O evento foi prestigiado pelos presidentes do PCdoB, Ronaldo Barbosa, e da Ordem dos Advogados do Brasil, sessão Espírito Santo, Homero Mafra. Na abertura da sessão, a secretária de Finanças da Comissão política da direção estadual do PCdoB, Mônica Simões, leu o manifesto do partido.

Em seu discurso, o deputado Roberto Carlos lembrou que na maior parte desses 89 anos o PCdoB viveu na clandestinidade. O partido, entretanto, tem papel fundamental na consolidação da democracia. Hoje, participa ativamente “como peça fundamental” do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Com o passar do tempo, o partido se consolidou e hoje é expressivo na política do país, destacou Roberto Carlos, acrescentando que a legenda conta com ministros, mais de 40 prefeitos, deputados estaduais e federais e vereadores.

“Quero fazer desta sessão uma celebração aqueles companheiros que tombaram”, disse o parlamentar, referindo-se aos ativistas do PCdoB mortos ou desaparecidos durante o regime militar (1964-1985). O próprio deputado participou de atos públicos em defesa da legalização do PCdoB.

História

O PCdoB foi fundado em 25 de março de 1922, como seção da Internacional Comunista. No final dos anos 50, uma parte da direção, liderada por Luis Carlos Prestes, mudou o nome para Partido Comunista Brasileiro (PCB), tirou de seus estatutos a referência ao internacionalismo proletário e à revolução socialista.

Em resposta, um grupo de 100 comunistas, liderado por João Amazonas, Maurício Grabois e Pedro Pomar, reorganizou o Partido Comunista do Brasil, em 18 de fevereiro de 1962, e passou a adotar a sigla PCdoB (para diferenciar da sigla do Partido Comunista Brasileiro – PCB – também conhecido como “Partidão”).

Por ocasião do golpe militar de 1964, o PCdoB optou pela luta armada e foi posto na ilegalidade. Alojou grupos de ativistas na região do Bico do Papagaio, no Pará, na margem esquerda do Rio Araguaia. Os militares sufocaram o movimento, prenderam e executaram até mesmo os que se renderam. A guerrilha, que levou o nome do rio, representa um dos episódios mais vergonhosos da história recente do Brasil.

Em 23 de maio de 1985, com o fim do regime militar, o PCdoB requereu junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seu registro legal. A legenda participou da Assembleia Constituinte de 1988. Segundo dados fornecidos por seu diretório regional no Espírito Santo, o partido conta hoje com quase 300 mil filiados em todos os estados do país. No Espírito Santo, possui sete parlamentares com mandato de vereador. Um deles, Namy Chequer, participou da sessão, assim como o ex-deputado estadual Neto Barros, filiado ao PCdoB.

Aída Bueno Bastos/ Web Ales