A meta é universalizar o acesso ao esporte, diz Orlando Silva

Na noite desta segunda-feira (4/4), o ministro do Esporte, Orlando Silva, fez uma pausa em sua agitada agenda para participar do ato de filiação de 250 novos militantes, a maior parte esportistas, ao PCdoB em Salvador. Antes de compor a mesa do evento, ele conversou com a equipe do Vermelho Bahia sobre a preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e falou também dos desafios enfrentados à frente do Ministério.

A preparação do país para a Copa do Mundo da Federação Internacional de Futebol (Fifa) de 2014 é sem dúvida a maior tarefa do Ministério do Esporte neste momento. Segundo o ministro, o Brasil tem conseguido cumprir o cronograma estabelecido pela entidade e o evento será realizado com sucesso. “A Fifa tem consciência do desafio que é fazer no Brasil a Copa do Mundo em 2014 e a Fifa tem muita confiança no Brasil. Já conversei algumas vezes com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e eles sempre manifestaram muita confiança e muita preocupação. Mas, ninguém está mais preocupado com a preparação do mundial que o próprio Brasil. O governo federal, os estados, os municípios, todos estão muito ativos, tentando trabalhar para conseguir o melhor resultado”, disse.

“Na questão dos estádios, o ano de 2010 foi muito bom, com exceção de São Paulo e Natal, que este mês devem iniciar as obras. Eu diria que mobilidade urbana merece atenção máxima, porque 70% das obras de transporte coletivo, que é um legado importante, devem iniciar em 2011 e não pode perder o tempo. A questão dos aeroportos é uma novela antiga. O Brasil inteiro sabe da sua gravidade e a presidenta Dilma, por isso mesmo, anunciou medidas que vão no sentido de profissionalizar mais a gestão dos aeroportos. Então, eu diria que merece atenção a preparação do Brasil para o mundial da Fifa, mas está tudo sob controle”, acrescentou Orlando Silva.

Foco no social

O ministro lembrou ainda que apesar da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 serem projetos extremamente importantes para o país, as prioridades do Ministério do Esporte giram em torno de programas sociais para ofertar o direito ao esporte, melhorar a infra-estrutura e preparar bem os atletas de alto rendimento nas várias modalidades. Dois excelentes exemplos desta atuação são: o Segundo Tempo e o Esporte e Lazer na Cidade, que são programas sociais que oferecem esporte e lazer gratuitamente para a população brasileira. O programa Segundo Tempo, inclusive, tem a expectativa de ultrapassar pela primeira vez em 2011 o número de dois milhões de crianças beneficiadas.

O legado que o ministro Orlando Silva quer deixar para o esporte brasileiro é a garantia do acesso universal. “Nós já construímos uma marca do esporte social e hoje temos o esporte social ao lado do esporte de rendimento, são milhões e milhões de crianças, jovens, pessoas com deficiência, pessoas da melhor idade, que já participaram ou participam de projetos sociais orientados pelo Ministério do Esporte. Nós conseguimos duas conquistas importantes: que são a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas neste processo e conseguimos resgatar dívidas históricas que o esporte brasileiro tinha, a exemplo da Lei de Incentivo ao Esporte e o Bolsa Atleta. Então eu diria que esse é um momento virtuoso para o esporte brasileiro, mas muita coisa ainda terá que ser feita para que de fato o direito ao esporte se torne realidade na vida das pessoas e assim o esporte possa ajudar ao desenvolvimento nacional“.

No final da entrevista, Orlando Silva falou ainda dos ataques que vem sofrendo de parte da imprensa. “É luta política, eu imagino. O Brasil é uma democracia, é importante que a liberdade de expressão seja uma marca da nossa sociedade. Liberdade de organização, de manifestação e inclusive da imprensa. Eu sou um defensor da plena liberdade de imprensa, o meu papel é não fazer análise, não comentar, digamos assim a postura da imprensa, mas trabalhar”.

“O que eu posso dizer é que eu estou muito feliz, muito motivado vendo os resultados que temos alcançado, inclusive os resultados do meu partido. Porque parte dos ataques, na minha perspectiva, corresponde ao incomodo que causa a alguns ver o PCdoB crescer, de chegar a mais de 300 mil filiados e cada dia crescendo mais. E a resposta que nós damos a este tipo de agressão, é mais trabalho. Quem tiver incomodado com o crescimento do PCdoB se prepare porque vai ter que se incomodar muito mais. Porque nós vamos crescer, vamos disputar cada vez mais eleições, cada vez ter mais peso na sociedade brasileira, pelo compromisso que nós temos com os trabalhadores, com a maioria do povo brasileiro, que é quem produz riquezas e quem deve governar este país. E esta a inspiração, o sentido da militância minha, da militância do PCdoB e eu estou muito feliz com o momento virtuoso que estamos vivendo”, conclui Silva.

Durante a conversa com a equipe do Vermelho, o ministro do Esporte falou também sobre a preparação de Salvador para a Copa de 2014 e a disputa da cidade para sediar a abertura do evento e da Copa das Confederações. A íntegra da entrevista está disponível no vídeo em anexo.


De Salvador,
Eliane Costa