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Comissão da reforma política fará debate sobre inclusão de gênero

A deputada Erika Kokay (PT-DF) propôs que a comissão especial da reforma política da Câmara realize audiência pública exclusiva para debater mecanismos de aumento da participação da mulher na política. Segundo ela, se o tema não for incluído na proposta da reforma política, dificilmente as mulheres serão inseridas de forma igualitária na vida política do país. A audiência ainda não tem data marcada para acontecer.

A preocupação da petista coincide com a da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Na comissão especial de reforma política do Senado, o tema ainda está indefinido. Os senadores aprovaram o financiamento exclusivo de campanha e deixaram para examinar a alternância na lista nas últimas reuniões do colegiado programadas para os dias 26 e 27 deste mês.

A senadora fez apelo aos seus colegas, destacando que “as mulheres estão subrepresentadas nesta Casa com 15% e 7% de representação na Câmara. Isso não é o espelho da realidade do país onde possuímos um nível de escolaridade maior, representamos mais da metade do eleitorado e somos responsáveis por boa parte da produção”, justificou.

Erika também propõe a adoção de lista preordenada com alternância de gêneros. “Defendo a adoção da lista fechada preordenada para que possamos acabar com a personificação na política brasileira e também para permitir mais representação feminina na política, com listas alternadas de gêneros”, explicou.

A parlamentar reafirmou as palavras da senadora comunista de que o Brasil tem um dos menores índices de representação feminina da América Latina. “Se deixarmos as coisas como estão, só em 2050 as mulheres vão conseguir uma representação na política compatível com a sua expressão numérica na sociedade. Atualmente ocupamos o penúltimo lugar de representação feminina na América Latina, perdendo apenas para o Haiti e Colômbia”, disse.

A proposta contou com amplo apoio dos membros da comissão que sugeriram, ainda, a inclusão da temática da baixa representatividade dos negros na política. Segundo o deputado Luiz Alberto (PT-BA) apenas 4% dos parlamentares brasileiros se declaram negros. Por outro lado, alertou o parlamentar, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontam que cerca de 52% da população nacional é composta por negros.

De Brasília
Com agências