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Governo sírio prende opositores e denuncia complô

Forças de segurança prenderam neste domingo (24) dezenas de opositores suspeitos de estimular distúrbios que as autoridades denunciaram como a mais perigosa batalha jamais imposta à Síria, que causou dezenas de mortos nos últimos dois dias.

A ação policial teve o propósito de capturar supostos autores dos disparos que provocaram a morte a cinco efetivos de segurança e feriram outros cinco em um ataque contra um posto de controle na localidade de Nawa, na periferia rural de Deraa, no sul.

Um porta-voz do Ministério do Interior citado pela agencia oficial de noticias Sana indicou que durante a agressão do "grupo criminoso armado" as forças oficiais responderam aos disparos e causaram duas baixas letais e 15 feridos.

As prisões tiveram por objetivo desestimular a realização de novos protestos de rua, depois de constatar-se que habitantes da localidade de Deraa preparavam uma manifestação de luto para sepultar cinco pessoas abatidas no sábado, entre elas as duas confirmadas pelo governo.

O diretor do Centro Internacional para Estudos e Imprensa, Rafiq Nasrallah, alertou que a Síria enfrenta hoje "a que poderia ser a mais perigosa batalha imposta" em sua história recente.

Em declarações ao canal privado Al-Dunia, Nasrallah assinalou que "a batalha de agora ataca a existência ligada à identidade, a localização geográfica, a segurança nacional, a unidade e o destino da Síria" e "no é de uma só pessoa, mas de todo um povo".

Ele ressaltou que os acontecimentos neste país não têm a ver somente com a exigência de reformas, pois a conspiração contra a Síria começou em 2003 quando o Exército dos Estados Unidos ocupou o Iraque e Damasco se recusou a fazer parte daquela ocupação.

Igualmente, denunciou a "campanha de desinformação e invenções" contra o governo de Bashar Assad, e as grandes somas de dinheiro pago por agências e organismos estadunidenses a sírios "sob o pretexto de apoiar a democracia, enquanto desestabilizam o país".

De acordo com fontes da oposição, pelo menos 13 sírios perderam a vida no sábado (23) por disparos feitos nos enterros multitudinários e vinte de ativistas que foram igualmente abatidos quando participaram das manifestações antigovernamentais da sexta-feria (22).

O governo negou novamente as acusações de que empreendeu uma campanha repressiva e assinalou que, além dos incidentes em Deraa, agitadores atacaram outro posto de controle militar na localidade próxima de Izraa, com saldo de dois guardas feridos e um agressor muerto.

Segundo o Ministério do Interior, desde o início dos protestos populares, em 15 de março último foram feridos 286 membros das forças de segurança, incluídos 38 policiais atacados neste sábado (23) em várias províncias. A oposição assegura que os mortos superam os 220.

Enquanto as autoridades reforçaram a vigilância e os controles nas estradas de acesso a Damasco, dois deputados do parlamento unicameral e um líder clerical islâmico de Deraa renunciaram a seus cargos em repúdio ao que qualificaram de brutal repressão oficial.

Fonte: Prensa Latina