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Socorro Gomes: bases dos EUA são pretexto para saquear recursos

Os Estados Unidos têm hoje cerca de 800 bases militares espalhadas por todos os continentes. Segundo a presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e do Conselho Mundial pela Paz (CMP), Socorro Gomes, essas bases mantêm a hegemonia militar norte-americana pelo mundo. “O objetivo dos Estados Unidos é saquear e controlar os recursos naturais dos países, além de intimidar os povos para garantir governos submissos ao imperialismo”.

A caminho de Cuba para uma reunião internacional do Comitê Executivo do Conselho Mundial pela Paz, organizada do Movimento pela Paz de Cuba (MovPaz), entre os dias 29 e 30 de abril, Socorro comenta a relevância e as perspectivas políticas da mais antiga base militar dos Estados Unidos, instalada na Baía de Guantânamo, em Cuba, desde 1903. “Essa questão viola o direito internacional, viola o princípio da soberania das nações e dos povos e usurpa o território dos cubanos há mais de cem anos”, analisa.

A presidente do Cebrapaz participará ainda de um seminário internacional sobre as bases militares dos Estados Unidos em Gantânamo, que ocorrerá na cidade de Caymanera. De acordo com Socorro, eliminar as bases militares norte-americanas é fundamental para todos os povos que lutam pela paz e solidariedade no mundo. “Nosso objetivo é ampliar a luta e a consciência pela paz. Para isso, é essencial que a Otan se desmantele, as bases militares e as tropas em países ocupados sejam retiradas”.

Em relação às informações, divulgadas pelo site Wikileaks no último domingo (24), de que metade dos presos em Guantânamo era inocente, Socorro afirma que essa constatação demonstra a “natureza agressiva” dos Estados Unidos. “Com a declaração da guerra contra o ‘terrorismo’, o objetivo deles é aterrorizar os governos e os países que não obedecem aos seus ditames”, alerta ela.

Para a presidente do Cebrapaz, a política norte-americana tem como objetivo prender qualquer tipo de opositor, incluindo assim pessoas da sociedade civil, que não tenham necessariamente um posicionamento político estabelecido. Isso explica, segundo ela, a prisão de um alto índice de inocentes em Guantânamo. “Essas prisões não levaram em consideração nenhum tipo de defesa, ou seja, ignoram completamente o direito internacional e os direitos humanos”, enfatiza.

Obama e a velha promessa

Há dois anos à frente da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ainda não cumpriu sua promessa eleitoral de fechar a prisão de Guantânamo e, recentemente, admitiu que as possibilidades para fazê-lo são baixas.

Segundo Socorro, Obama foi eleito diante de uma insatisfação generalizada da população norte-americana com a política externa do ex-presidente George W. Bush. “O povo não aguentava mais a política belicista de Bush, mas percebemos que Obama assumiu a mesma política agressiva, apenas com uma retórica mais moderada”, afirma Socorro, sobre o fomento às guerras e ameaças às nações do Nobel da Paz.

Apoio popular

O encontro do Movimento pela Paz ocorrerá menos de duas semanas após a aprovação das novas resoluções do Partido Comunista de Cuba para a economia da ilha e a comemoração dos 50 anos da declaração do caráter socialista da Revolução Cubana.

Dessa forma, Socorro destaca a relevância da nova fase do socialismo na ilha: “O governo de Cuba vem demonstrando um constante compromisso com a paz. Hoje, o país define de forma soberana o seu destino”, enfatiza. “O governo decidiu fazer ajustes para dar sequência com a conquista do progresso social, dos avanços da revolução, do ponto de vista social, político e econômico”.

Além de Socorro Gomes, participarão do encontro Denis Veiga, membro da Coordenação do Cebrapaz de São Paulo, e o assessor especial, Jaime Sautchuk. Além dos debates sobre as bases militares, o encontro promoverá uma homenagem aos cinco cubanos que lutaram contra o terrorismo que contará com a presença das famílias dos chamados “heróis cubanos”.

A comitiva do Cebrapaz assistirá ainda as comemorações do 1º de Maio em Cuba. “É uma festa belíssima, com grande espírito cívico. É a manifestação de um povo que defende as conquistas em seu território”, ressalta.

Da redação,
Fabíola Perez