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Conselho de Segurança: China e Rússia barram condenação da Síria

A oposição de China e Rússia impediu nesta quarta-feira (27) que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) chegasse a uma declaração para condenar o regime sírio pela acusação de repressão contra a onda de manifestações que tomou o país.

"A situação na Síria não representa uma ameaça para a paz e a segurança internacional", assinalou o representante adjunto da Rússia, Alexander Pankin, ao explicar a posição de seu país. Ele também advertiu sobre o "risco de guerra civil" se houver intervenção externa.

O diplomata russo acrescentou que o "risco real para a estabilidade da região ocorreria com uma interferência estrangeira no país que poderia apoiar uma só parte, o que levaria a uma incessante onda de violência, e seria um convite à guerra civil".

A reunião desta quarta-feira foi mais uma tentativa sem sucesso para negociar uma proposta dos quatro países da União Europeia (UE) que possuem assento no Conselho (Alemanha, França, Reino Unido e Portugal) para que o órgão aprovasse uma declaração de condenação ao regime sírio.

O Conselho ouviu nesta quarta-feira o relato sobre a situação na Síria a cargo do subsecretário da ONU para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, que lamentou a violência e deu sua versão das informações a respeito das denúncias sobre os ataques contra manifestantes.

Por sua vez, o embaixador do Reino Unido da ONU, Mark Lyall Grant, assinalou que Londres e seus parceiros europeus buscarão a maneira de aplicar "maiores medidas contra a Síria se a violência não cessar", e condenou "a violência e as mortes causadas pelas forças de segurança". O embaixador francês, Gérard Araud, assinalou que "os pedidos do povo sírio" devem ser ouvidos pelas autoridades sírias e, em sua ausência, "pelo Conselho de Segurança".

Duplo padrão

O embaixador sírio, Elmi Ahmed Duale, acusou os países favoráveis à declaração de agirem com "duplo padrão" e criticou ações de grupos "que incitam à sabotagem, e que estão financiados por potências estrangeiras" contra a Síria.

O Conselho de Segurança está composto por Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China, como membros permanentes com direito ao veto, mais Colômbia, Brasil, Líbano, Nigéria, Índia, Portugal, Bósnia e Herzegóvina, África do Sul, Gabão e Alemanha.

Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, participou do encontro no Conselho de Segurança e se mostrou favorável tanto da condenação quanto de uma investigação internacional para avaliar se as forças do presidente sírio, Bashar Al Assad, estão violando os direitos humanos.

Fonte: Opera Mundi