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Síria: Oposição convoca novos protestos; governo faz advertência

O governo da Síria pediu nesta sexta-feira (29) a seus cidadãos a contribuir para a estabilidade e segurança do país e rechaçar a convocatória de grupos de oposição para protestar nas ruas contra o presidente Bashar al-Assad.

Uma mensagem divulgada pelo Ministério do Interior solicitou que os cidadãos "evitem envolver-se em marchas, demonstrações ou concentração de qualquer tipo até receber a aprovação" das autoridades.

O alerta, feito antes de que novas demonstrações sejam iniciadas após as orações desta sexta-feira, sublinhou que "as leis serão aplicadas para servir à segurança dos cidadãos e à estabilidade da pátria".

De acordo com a agência de notícias Sana, os mesmos setores que conclamam ao caos e aos protestos foram os incitadores dos incidentes violentos que provocaram a morte de quatro militares do exército e de forças de segurança, sepultados na quinta-feira.

Enquanto eram realizados os sepultamentos nas aldeias das regiões de Tartous, Hama, Aleppo e Raqqa, a emissora de televisão do Estado transmitiu confissões de supostos terroristas sobre pagamentos e outros estímulos para provocar mortes, que seriam imputadas ao governo.

Al-Assad e seu governo atribuem a uma conspiração estrangeira os distúrbios registrados desde o dia 15 de março, nos quais teriam sido mortos, segundo a oposição e grupos não governamentais mais de 450 pessoas, dado desmentido pelas autoridades.

Por sua vez, os oposicionistas pedem mais abertura e a destituição do presidente, além de estimular deserção nas organizações políticas governistas, após vários deputados e membros do partido governante, Baath, terem renunciado a seus cargos por causa do número de mortos nos protestos.

A oposição insistiu hoje em desafiar a proibição de marchas e disse que "não aconteceu nada significativo que tenha diminuído o descontantamento do povo", segundo disse o chefe da Liga Síria de Direitos Humanos, Abdul-Karim Rihaui.

Informações divulgadas pela emissora de TV por satélite al-Arabiya apontaram também que líderes da Irmandade Muçulmana síria conclamaram novas demonstrações antigovernamentais, que serão realizadas nas regiões de Deraa e Douma.

Essas localidades registraram os incidentes mais violentos dos últimos dias, sobretudo em Deraa, na fronteira com a Jordânia, onde o Exército utilizou tanques e outros blindados para apoiar as forças policiais.

Fonte: Prensa Latina