Sem categoria

Organização divulga balanço do Encontro sobre Questões de Partido

O Secretário de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, apresentou um balanço do 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido na última quinta-feira (28), durante reunião da Comissão Política Nacional do partido. 

O balanço identifica o que foi o centro do encontro como uma política que estimule os militantes a terem "mais vida militante por meio de mais eficaz aplicação da política de quadros avançada formulada pelo PCdoB no 12º Congresso, para um partido de 500 mil membros até o 13º Congresso" e retoma o histórico de resoluções do PCdoB ao longo dos seus congressos, com o objetivo de demonstrar que atuais resoluções são fruto do desenvolvimento do debate partidário. Sobre o 12º Congresso do PCdoB – o mais recente – o documento destaca a Política de Quadros aprovada. 

Após elencar os números do 7º Encontro, constatando uma ampla participação das direções do PCdoB, o documento conclui que "um dos maiores êxitos do Encontro foi o de efetivamente liderar o discurso da vida partidária a partir da direção central do partido". Em seguida, é feita uma avaliação positiva acerca da carta-compromisso aprovada de forma unânime no Encontro. A tarefa mais imediata, encerra o documento, é divulgar as conclusões de tão proveitoso Encontro.

Confira a íntegra do balanço do 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido:

O 7º Encontro inscreve-se numa trajetória política de afirmação do PCdoB.  A ratificação, pela direção nacional, das decisões deliberadas no Encontro, dá maior acuidade a todo o partido quanto a apontar o PCdoB como alternativa política efetiva nas próximas eleições, integrando esse esforço com a maior inserção social do seu coletivo entre trabalhadores, jovens e mulheres brasileiras, ao movimento e luta social e à luta de ideias. O fator partido surge, nesse sentido, como decisivo para as vitórias: mais vida militante por meio de mais eficaz aplicação da política de quadros avançada formulada pelo PCdoB no 12º Congresso, para um partido de 500 mil membros até o 13º Congresso.

Mas ele se inscreve também num movimento histórico que foi o de renovar concepções e práticas de partido. Antecedentes mais remotos desse movimento partiram do 8º Congresso em 2001, quando se enfrentou com descortino autocrítico corajoso a crise do socialismo advinda da ruína da URSS. Então já se afirmou a necessidade de elevar os cuidados com a construção da força revolucionária como fator estratégico para superar a crise, em ruptura com a noção de modelo único de socialismo. No 9º Congresso, esse impulso ganhou a consigna de “um partido comunista de princípios e de feição moderna”, reforçado com a noção de um caminho próprio ao socialismo e de um partido com a cara e o jeito do Brasil. O 10º Congresso implicou a elaboração, com maestria, de novos conceitos e atitudes com respeito à construção partidária, em demarcação com o espontaneísmo e improvisação, dando corpo inicial a uma renovada linha política de estruturação partidária.

A vitória extraordinária do campo popular em 2002, com Lula presidente, propiciou ainda maior impulso à obra de renovar concepções e práticas de partido. A 9ª Conferência Nacional em 2003, respondeu aos novos desafios de caráter político e orgânico, rompendo limites dogmáticos presos a um modelo determinado de organização partidária.

Levou-se a cabo a elaboração mais consistente e coletiva da linha de estruturação partidária, motivando o 1º Encontro Nacional sobre Questões de Partido, cujas conclusões são ainda hoje úteis. Em seguida, tratou-se de reafirmar estrategicamente o caráter do partido, revolucionário e proletário, o que se levou a cabo no 2º Encontro Nacional, tratando exatamente do papel central do trabalho e do proletariado moderno na luta transformadora. Era a fundação necessária para prosseguir na renovação com permanência atualizada dos princípios, consolidada de forma avançada no novo Estatuto partidário, aprovado no 11º Congresso.

Novos passos exigiram melhor definição da luta programática do PCdoB, da qual deriva a estratégia determinada. O tema partido se assenta na estratégia, juntamente com a base ideológica e os desafios políticos imediatos a que está chamado a responder. O 12º Congresso fica na história como a completude da reformulação programática do PCdoB, apontando o socialismo como rumo tendo por caminho a luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil e por reformas estruturais democráticas no Brasil.

Só a partir disso foi possível esgotar os temas estratégicos envolvidos na construção partidária no rumo de renovação de concepções e prática. Abriram-se as exigências de elaborações ulteriores sobre o tema Partido: uma política de quadros renovada, em resposta aos desafios de um tempo de acumulação de forças, e a retomada da perene questão de dotar o PCdoB de mais vida militante, estruturada e definida em todos os terrenos de ação, desde a base.

A política de quadros foi elaborada coletivamente no 12º Congresso. A vida militante foi tema do 7º Encontro Nacional recém realizado. No percurso ainda se efetivou a histórica opção de dotar as mulheres comunistas de um fórum permanente e, periodicamente, de Conferência Nacional para debater a realidade e a luta das mulheres brasileiras.

Saltam à vista fenômenos positivos do PCdoB. Lançou-se ao terreno de permanecer como força revolucionária, marxista e leninista, do povo trabalhador. Foi ousado em renovar concepções e práticas, com originalidade e autonomia. Ligou todo o esforço da construção do PCdoB integrando política e organização como um bloco orgânico, como ocorreu na 9ª Conferência, no 12º Congresso e, agora, no 7º Encontro Nacional. Beneficiado e partícipe das vitórias alcançadas no país, voltadas para o povo, o PCdoB faz esforço conseqüente para se pôr à altura dos desafios políticos e apresentar-se crescentemente como alternativa política do país.

O 7º Encontro foi inédito pela participação e comprometimento. Foram 568 participantes, de 26 Estados brasileiros, com 63 membros do Comitê Central, 17 presidentes estaduais, 22 secretários estaduais de organização. Ao todo 182 comitês municipais estiveram representados e 137 responderam a um questionário de seu perfil. Informou-se a presença de 111 presidentes, 102 secretários de organização e a existência de 919 organizações gerais de base nesses municípios e em 27 deles, trabalha-se com comitês auxiliares. Também, constatou-se que esses comitês e sua comissão política, em sua grande maioria, se reúnem com regularidade. Todas as frentes de direção nacional se envolveram nos trabalhos.

Um dos maiores êxitos do Encontro foi o de efetivamente liderar o discurso da vida partidária a partir da direção central do partido.

O 7º Encontro gerou a carta-compromisso, deliberada unanimemente pelos participantes e que foi ratificada pela direção nacional. A retomada de maior, mais extensa e duradoura vida militante tem sentido estratégico. Não é assunto para retórica, tampouco para recalcitrar em modelo idealizado de partido. Parte decisivamente da política de quadros para pôr em foco de atenção maior dezenas de milhares de quadros de base coordenados por outros vários milhares de quadros intermediários.

O PCdoB está bem apetrechado, ideal e materialmente, para empreender essa jornada. O ânimo entusiástico verificado no 7º Encontro indica que se pode agir com ainda maior arrojo e ousadia.  Começa agora a luta conseqüente para transformar o compromisso firmado no 7º Encontro em realidade viva, que envolve todas as direções partidárias, especialmente as frentes organizativas, como também a direção política em interação com todas as demais frentes de direção.

As conferências de 2011 são o ponto de viragem para dar nova qualidade à estruturação partidária em todo o país. São extraordinárias as chances que se apresentam para avançar nessa luta. Em 2012 e anos subseqüentes é preciso colher os resultados desse impulso, para chegar aos 90 anos de fundação com um PCdoB ainda mais forte e com saúde política, ideológica e organizativa.

A par dessa avaliação inicial, a ser completada com o exame do perfil dos participantes e dos municípios presentes, foram registradas sugestões de trabalho, considerações e recomendações à direção nacional, que serão oportunamente divulgadas. O maior empenho, neste momento, deve ser o de massificar suas conclusões entre a militância partidária. O Portal da Organização vem ecoando o evento, mas torna-se necessário trabalhar com material impresso.

A sugestão inovadora que a CNO realiza é a de uma edição especial de A CLASSE OPERÁRIA, à escala de dezenas de milhares, publicando as resoluções como também reportando o evento, de modo a torná-lo mais próximo da militância. A opção se justifica para valorizar o órgão oficial, fazer edição histórica e cotizar os estados para sua distribuição até o processo de conferências gerais que se realizarão, introduzindo também esse temário em sua pauta (CNM, Vermelho, Portal, etc).

Walter Sorrentino, pela Secretaria Nacional de Organização

Da redação, Luana Bonone