PCdoB Vitória aprova sua linha política
Documento: "Construindo o PCdoB: No caminho da Vitória"
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Publicado 04/05/2011 22:22 | Editado 04/03/2020 16:42
PANORAMA ECONÔMICO, SOCIAL E POLÍTICO
Importância econômica da Capital, Vitória
O Estado do Espírito Santo possui 3.351.664 habitantes e um PIB de R$ 60 bilhões e 340 milhões, o que lhe confere a 11ª colocação em relação aos Estados da Federação. Seu PIB per capita é de R$ 18.003,00.
A Capital, Vitória, por sua vez, atingiu em 2010 um total de 325.453 habitantes e um eleitorado de 237.554 votantes. Em 2008, a Capital conquistou a posição de 19ª economia entre as cidades brasileiras, com o PIB de R$ 22 bilhões e 700 milhões e PIB per capita de RS 71.407,32.
Entre as capitais do Brasil, Vitória possui o terceiro melhor IDH e o maior PIB per capita. É também a segunda capital brasileira com a melhor qualidade de vida, a nona melhor cidade do Brasil para trabalhar e a melhor capital para o jovem iniciar carreira.
Vitória está integrada ao complexo portuário capixaba, que se destaca nacionalmente pela eficiência e volume de exportação. Na Capital, encontram-se os Portos de Vitória e de Tubarão, que teve sua capacidade de embarque ampliada até atingir 80 milhões de toneladas/ano na última década. Tubarão é especializado na exportação de minério de ferro, mas nos últimos anos implantou silos para armazenagem de grãos e farelo de soja. Fica localizado no final da orla da Praia de Camburi. Esses portos são qualificados como os melhores do país.
O Aeroporto de Vitória está sendo ampliado e modernizado para atender à demanda crescente. A condição de aeroporto internacional projeta Vitória para o mundo. Cerca de 2,34 milhões de passageiros passaram pelo aeroporto em 2009. Trata-se de um importante aeroporto de transferência e, dado o aumento de tráfego, está em expansão. Foram apresentadas propostas de mudança do aeroporto para Vila Velha ou Serra, mas foram inviabilizadas por questões técnicas e também porque Vitória, do ponto vista político, econômico e social, reúne as melhores condições.
Trabalho, educação e organização
Vitória, no ano de 2009, registrou um total de 239.270 trabalhadores com carteira assinada, sendo que 93% deles apresentaram-se distribuídos nas seguintes atividades:
Vitória possui duas instituições de ensino federais: a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Possui, também, dez instituições de ensino superiores particulares: Universidade São Camilo (USC), Faculdades Integradas de Vitória (FDV), Faculdades Integradas Espírito-Santenses (Faesa), Faculdade Brasileira (Univix), Faculdade Espírito Santo (Unes), Faculdade Batista de Vitória (Fabavi), Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam), Fucape Business School, Faculdade Salesiana de Vitória (FSV), Faculdade Estácio de Sá (Fesv).
A Capital registra também uma ampla rede de associações de moradores contemplando quase todos os bairros. São instituições com experiência no relacionamento com os partidos políticos, com administração municipal e com os parlamentares. Todas essas entidades são lideradas pelo Conselho Popular de Vitória (CPV).
Em relação ao Estado do Espírito Santo, a Capital possui quase um décimo da população,
mais de um terço do PIB e quase quatro vezes o PIB per capita. Vitória registra a maior renda per capita entra as capitais do Brasil. Esses dados econômicos e sociais comprovam que a Capital alem de ser o município mais importante do Estado do Espírito Santo é também um dos mais importantes da federação. Os indicadores tanto expressam a importância econômica e social como a sua liderança política.
Referência política para o PCdoB
Por isso, todos os partidos se articulam, principalmente nos processos eleitorais, a partir dos municípios que integram a Grande Vitória, com ênfase na Capital. A sede do Governo do Estado e suas secretarias, a Assembléia Legislativa, o poder judiciário federal e estadual, as grandes empresas, as instituições de ensino mais importantes, as entidades culturais procuram se organizar em Vitória para ficarem em evidência. Vitória é o coração do Estado do Espírito Santo.
Neste ambiente, os líderes e militantes dos partidos e os representantes das entidades da sociedade civil trabalham para colocar em prática seus projetos políticos, econômicos e sociais. O PCdoB se propõe a atuar plenamente na Capital, com eficácia em todos os cenários, para que a marca dos comunistas possa fazer a diferença. Um grande e bem organizado PCdoB em Vitória é referência para os municípios da Grande Vitória e para todo o Espírito Santo.
AVANÇOS E RETROCESSOS
Da Prefeitura de Vitória ao Governo Estadual
O PCdoB sempre trabalhou, unido com o PT e o PSB, em busca de espaços para lutar em defesa dos interesses dos trabalhadores e da população de Vitória. Durante essa caminhada, foram alcançadas importantes vitórias com a eleição de Vitor Buaiz para prefeito em 1988 e, depois, para governador em 1994.
O mandato de prefeito cumpriu papel importante ao adotar um modo de administrar que contemplava os setores organizados da sociedade e os partidos políticos por meio da construção coletiva do orçamento participativo. Neste período, a Capital teve uma administração municipal progressista. Esse trabalho abriu caminho para que Vitor Buaiz chegasse ao
Governo do Estado, apoiado pelas forças progressistas.
No Governo do Estado, Vitor Buaiz não conseguiu repetir, muito menos ampliar, a forma com a qual governou o município. A população capixaba, que esperava um bom governo, se decepcionou. Após esse fracasso, Vitor e o PT se isolaram. Isso resultou em sucessivas derrotas das forças de esquerda e na ascensão dos conservadores que, sob a liderança do PSDB, comandaram a política de Vitória e do Estado por mais de uma década.
Nova virada na Capital
A partir do início da década passada, os resultados da política nacional passaram a registrar sucessivas e crescentes vitórias das forças progressistas, nucleadas pelos partidos de esquerda (PT, PSB e PCdoB), principalmente nas capitais e nas maiores cidades do país.
Esse processo foi coroado de pleno êxito com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a presidência da República em 2002.
A onda nacional contagiou também os habitantes da Capital capixaba. As forças de esquerda, no ano de 2004, se uniram e construíram uma ampla aliança de partidos que resultou na eleição de João Coser para a Prefeitura de Vitória. Os conservadores neoliberais foram amplamente derrotados.
O PCdoB sempre defendeu o fortalecimento da unidade dos partidos progressistas, com o objetivo de isolar completamente os reacionários. Após a eleição de Coser em Vitória, o PCdoB reivindicou um espaço político que proporcionasse maior visibilidade ao partido. Havia interesse na realização de um trabalho junto aos trabalhadores e ao povo. Mesmo tendo participado de todo o processo, desde a construção das alianças até a eleição de João Coser, esse espaço foi negado. O PT agiu como uma força política exclusivista.
Novamente, o PT, apoiado pela esquerda (PSB e PCdoB) em aliança ampliada por outros partidos, reelege João Coser prefeito de Vitória em 2008. O PCdoB elegeu um vereador, Namy Chequer, na Capital. Contrariando o que havia dito, no curso da construção das alianças, João Coser nega, novamente, um espaço para atuação do partido na administração. Mesmo assim, o PCdoB nunca atuou como opositor.