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Equatorianos votarão reformas em referendo neste sábado

Neste sábado (7), cerca de 11,5 milhões de equatorianos devem ir às urnas para votar sobre dez questões em um referendo proposto pelo presidente Rafael Correa. As perguntas da consulta popular são sobre a imprensa, a justiça, o setor bancário e as forças de segurança.

O referendo questiona, por exemplo, se os bancos devem limitar sua atuação aos serviços financeiros. Também consulta a população sobre a proibição de companhias de mídia possuírem empresas em outras áreas; sobre a reestruturação do sistema judicial; a proibição de cassinos e apostas; e a limitação de touradas e brigas de galo, entre outros temas.

A empresa Cedatos-Gallup International, que realizou a pesquisa, informou hoje que 61,7% dos consultados pretendem votar "sim" no referendo, enquanto 38,3% votarão "não".

Os resultados da Santiago Pérez, que são uma junção de três pesquisas realizadas de 23 de março a 26 de abril, apontam que a proposta de reformulação do Judiciário tem aprovação de 60% da população.

Esta é uma das questões mais polêmicas da consulta, por propor a substituição do Conselho Judicial – que administra o sistema Judiciário no Equador – por uma comissão tripartite composta por representantes do Executivo e do Legislativo, alguns deles indicados pelo presidente da República.

"A arbitrariedade e a intervenção que políticos de turno cometeram contra a administração da Justiça resultou em um enfraquecimento absoluto, descrédito generalizado e uma forte corrupção" do sistema judiciário, disse Germânico Maya, jurista e ex-integrante do Conselho da Magistratura, um organismo que vigia o trabalho dos juízes no Equador.
 
Ele acredita que é necessária "a intervenção no aparato judicial", amparada pelo referendo e legitimada pela população para "resolver" um elemento fundamental da vida democrática do país.

Outros são contrários ao referendo. Vicente Taiano, advogado e deputado do partido de oposição Prian, acredita que o referendo não mudará o problema estrutural da Justiça no Equador, que é justamente o vínculo dos políticos com os juízes. "Pretende mudar a Justiça da noite para o dia, mas não é outra coisa que mudá-la de dono. Isso não significa sanear o sistema", disse.

O Ministério da Justiça do Equador disse que 4,5 mil pessoas foram libertadas das prisões no país entre 2007 e 2010 porque prescreveram suas ordens de prisão. Esse foi um dos motivos para o presidente do Equador, Rafael Correa, convocar o referendo.

Quanto ao estabelecimento de uma Lei de Comunicação, que entre outras coisas restringiria a exploração de violência pela mídia, tem 58% dos entrevistados a favor. A pesquisa foi realizada com 24.687 e possui uma margem de erro de 4 pontos percentuais.

Fora do âmbito do judiciário, o referendo traz uma medida que, se aprovada, proibirá que acionistas de instituições financeiras e dos meios de comunicação, bem como seus proprietários e familiares, participem de outras atividades econômicas fora das originais.

O referendo também abordará temas como a proibição de espetáculos com sacrifícios de animais e jogos de azar,o prazo da prisão preventiva, medidas cautelares alternativas para crimes graves, reestruturação do Conselho de Magistratura, entre outras.

Com Opera Mundi