Marco Aurélio Garcia: Brasil e Venezuela reafirmam parceria
A visita do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a Brasília, nesta terça-feira (10/5), é observada como sendo o momento de reafirmação da parceria comercial e política. A avaliação foi feita pelo assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, professor Marco Aurélio Garcia, em entrevista ao Blog do Planalto, à Agência Brasil e à NBRTV.
Publicado 09/05/2011 19:53
De acordo com o professor Marco Aurélio, o encontro entre Chávez e a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, retoma a rotina de reuniões bilaterais iniciadas no governo do ex-presidente Lula.
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Marco Aurélio frisou que depois da Argentina, a Venezuela representa o segundo mercado comercial brasileiro na América do Sul. Além dos investimentos aqui no Brasil, segundo informou, existem negócios de empresas brasileiras naquele país de cerca de US$ 20 bilhões. São obras nos setores energético, construção civil, petroquímico e rodoviário.
No campo político, segundo o assessor, há o propósito da consolidação da Unasul — União de Nações Sul-Americanas — bem como assegurar o ingresso da Venezuela no Mercosul. Marco Aurélio informou também que em julho a presidente Dilma Rousseff retribuirá a visita de Chávez ao participar, em Caracas, da Cúpula da América Latina e Caribe (Calc).
Na conversa, Marco Aurélio avaliou também a viagem da presidente Dilma, no próximo domingo, ao Paraguai, quando participa das comemorações do bicentenário daquele país. Para o assessor especial da Presidência da República, “será a oportunidade para a presidenta encontrar os colegas” dos demais países sul-americanos.
No dia 23 de maio, a presidente irá ao Uruguai, concluindo desta forma o “circulo Mercosul”. Em Montevidéu, conforme destacou, serão tratados temas de cooperação de fronteira e tecnológicos.
Marco Aurélio também destacou três importante momentos na agenda internacional da presidente Dilma Rousseff nestes primeiros cinco meses de governo. Segundo ele, a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em março; o périplo da presidente brasileira à China no mês passado e a recente missão da Alemanha liderada pelo presidente Christian Wulff, na semana passada, ao Brasil, mostram a reafirmação do fortalecimento da parceria com os principais países que mantêm corrente comercial.
O assessor contou também sobre os projetos de cooperação científica e tecnológica da presidente Dilma Rouseff, bem como da meta de oferta de bolsas de estudo no exterior que beneficiariam 100 mil estudantes em cursos de graduação.
Durante a entrevista, Marco Aurélio disse também que o Brasil poderá retomar a relação com Honduras. Isso porque há um cenário que permitirá essa posição. O assessor disse que o Brasil aguardava um gesto daquele país e que tal fato aconteceu, mas explicou que ainda existem algumas questões que necessitam ser melhor debatidas. Ele reconheceu também como importantes as participações dos presidentes Chávez (Venezuela) e Juan Manuel Santos (Colômbia) no que diz respeito aos avanços em Honduras.
Marco Aurélio foi indagado também sobre a vaga do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a morte do líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden. Marco Aurélio explicou que a ONU deve compreender que o referido conselho deve contar com a participação de países que venham a representar todos os continentes.
Enquanto isso, ele mostrou-se mais prudente ao tratar do tema Bin Laden. Segundo ele, o governo brasileiro não irá opinar sobre o assunto. “Não queremos ser uma agência de certificação internacional”, concluiu.
Fonte: Blog do Planalto