Caminhada contra a exploração sexual no AM reúne 65 mil pessoas

Com o tema "Esquecer é permitir, lembrar é combater", a passeata contou com 40 Ongs e entidades que defendem a causa, como a União Brasileira de Mulheres (UBM) e União da Juventude Socialista (UJS), além de estudantes, empresários, sindicatos e associações. O humorista David Brasil e atriz Suzana Vieira também e uniram à caminhada. O movimento foi coordenado pela primeira-dama do Amazonas, Nejmi Aziz.

Para ela, a caminhada foi um momento único para chamar a atenção de todos para um problema que precisa ser denunciado e vencido. “O Amazonas é o 5º Estado com maior número de denúncias do Disque 100 – número que recebe as ligações com relatos de abuso sexual – e sabemos que muitas delas são ligadas a maus tratos físicos no lar. A caminhada teve o objetivo de esclarecer, incentivando as pessoas a denunciar. Só tenho a agradecer a todas as pessoas que se dispuseram a participar dessa mobilização”, destacou Nejmi Aziz.

O Disque 100, número para denúncias de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes da Secretaria Nacional de Diretos Humanos, foi amplamente divulgado durante a caminhada, que teve início na Praça da Polícia, por volta de 7h30, e seguiu para o Largo de São Sebastião, encerrando por volta das 9h30.

Participaram do ato, ainda, representantes dos Conselhos Tutelares de Manaus, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação, estudantes das escolas municipais e estaduais, do Projeto Jovem Cidadão e da Universidade da Terceira Idade (Unati), além de representantes dos municípios de Autazes, Itacoatiara, Maués, Itapiranga e Tabatinga.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), presidente da CPI do tráfico de pessoas, pretende contribuir para o combate ao abuso e a exploração sexual de nossas crianças e jovens por meio da comissão. “Sabemos que muitos dos casos de tráfico de pessoas são feitos para esse fim. Com a CPI temos mais uma força na luta contra toda e qualquer abuso e exploração de nossos jovens”, declarou em seu discurso no senado na manhã de hoje.

Para a presidente da UBM/AM, Vanja Santos, movimentos como esse servem para chamar a atenção da sociedade no sentido de acender a luz vermelha para o problema. "A sociedade precisa colaborar com essa luta. É importante denunciar", disse.

Ações continuam

Na sexta-feira (20), a partir das 9h, será lançado o Plano Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes. O evento ocorre no auditório da Seas (avenida Darcy Vargas nº 77, bairro Chapada, zona Centro-Sul).

O Plano Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes vai envolver todos os municípios do interior do Amazonas em ações articuladas com as polícias e os ministérios públicos e dará a possibilidade da Rede de Assistência à Criança e ao Adolescente de gerar mais informações sobre os índices desse tipo de violência nos 62 municípios amazonenses e elaborar estratégias para combater esse tipo de crime.

Por que o dia 18 de maio?

No dia 18 de maio de 1973, em Vitória, no Espírito Santo, a menina Araceli Santos foi sequestrada, espancada, estuprada, drogada e assassinada numa orgia de drogas e sexo. Seu corpo, que apareceu seis dias depois, foi desfigurado por ácido.

Os agressores de Araceli ficaram im­punes. Este fato divulgado pela mídia chocou toda a nação, ficando conhecido como “Caso Araceli”. Infelizmente, o “caso Araceli” foi apenas mais um, entre tantos que acontecem em nosso dia a dia, manchando a sociedade brasileira, através desta cruel forma de violação de direitos e degradação da vida humana, especialmente da infância e adolescência.

Com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade para o enfrentamento dessa problemática, representantes de organizações governamentais e não-governamentais pro­puseram a criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Cri­anças e Adolescentes.

Esse dia foi instituído em 2000, por Lei Federal, tendo sido aprovada e sancionada. O movimento social em defesa dos direitos da criança e do adolescente, em conjunto com o governo federal, vem assumindo a organização de ativi­dades e eventos de sensibilização e mobilização para promover esse dia como um marco de luta pelo fim da violência sexual contra crianças e adolescentes.

Na região central de São Paulo, no vão livre do Masp, estudantes se reuniram para organizar um ato de combae ao abuso sexual de crianças e adolescentes. A manifestação ocorreu na noite da última quarta-feira (18).

Com informações do Portal do Amazonas