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PSDB não fecha acordo sobre instituto; FHC intervém contra crise

As ameaças dos tucanos paulistas de boicotar no sábado a convenção nacional do PSDB, caso o ex-governador José Serra seja preterido na indicação para a presidência do Instituto Teotônio Vilela, ainda não surtiram o efeito esperado. O grupo de Minas Gerais ainda resiste à ideia e continua defendendo a nomeação do ex-senador Tasso Jereissati (CE) para o comando do ITV.

A fundação do partido é responsável pela realização de seminários, pesquisas e estudos de conjuntura. Pelas contas feitas internamente no PSDB, a indicação de Serra para o ITV não tem apoio de maioria dos convencionais do partido.

Candidato à reeleição, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), é outro que trabalha para evitar uma disputa aberta entre os dois principais diretórios do partido, o de Minas e o de São Paulo. Ele destaca que o partido não pode ficar preso apenas a essa briga, porque tem representações fortes em muitos outros estados como Paraná, Pará e Goiás.

“Claro que não há solução sem São Paulo, mas não estamos emparedados por isso, não. O partido não é só São Paulo e Minas. Não podemos ficar reduzidos a essa discussão bipolar, caso contrário, não chegaremos a lugar algum”, afirmou Guerra, que tenta costurar um acordo.

Em meio à guerra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entrará em campo nos próximos dois dias para tentar apaziguar os ânimos de lado a lado. FHC já interveio para tentar costurar um acordo entre os grupos do PSDB e evitar que permaneça o impasse sobre a divisão de cargos na Executiva Nacional.

FHC voltou de uma viagem ao exterior e na noite de segunda conversou por telefone com Sérgio Guerra, que esteve em São Paulo para começar a alinhavar um entendimento. O ex-presidente disse estar disposto a ajudar a acomodar todos os interesses e se mostrou contrariado com a atuação do partido, voltada mais para a crise interna do que para a oposição a Dilma.

Segundo disse a interlocutores nos últimos dias, FHC avalia que os tucanos deveriam ser a linha de frente na cobrança sobre explicações para o aumento de patrimônio de quase 20 vezes em quatro anos de Antonio Palocci (Casa Civil). Ainda assim, FHC disse que conversará com os principais atores da disputa — o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-presidenciável José Serra e o senador Aécio Neves (MG).

Ele também prometeu comparecer à convenção nacional da legenda, marcada para sábado em Brasília. Apesar do gesto diplomático de Sérgio Guerra indo a São Paulo, dirigentes do partido continuavam achando muito difícil alguma concessão nos cargos pleiteados pelos paulistas: a secretaria-geral do PSDB e a presidência do ITV.

O aecista Rodrigo de Castro manteve a disposição de disputar no voto a permanência na secretaria-geral, segundo posto na hierarquia. Bem relacionado com deputados e diretórios de vários estados, ele venceria tranquilamente uma disputa. A aposta do grupo de Guerra e Aécio é que Alckmin aceitará a primeira-vice-presidência, hoje com a senadora Marisa Serrano (MS).

Da Redação, com agências