8º Congresso Estadual da UBM elege nova direção

O 8º Congresso da UBM no Estado do Espírito Santo foi realizado neste último Sábado (28/05) no Auditório do Sindicato dos Estivadores em Vitória com a participação de diversas autoridades, dirigentes partidários, lideranças dos movimentos sociais e mulheres delegadas eleitas nos congressos municipais e plenárias locais.

Participaram da mesa de abertura Elza Campos – coordenadora Nacional da UBM, Euzabeth Vasconcelos – coordenadora geral do CEDIMES – Conselho Estadual de Defesa dos Direitos das Mulheres, Luciana Bernardes – coordenadora da UBM no ES, Goreti Celestino representando a mulher negra, a senadora Ana Rita Esgário, Margareth Belmiro – Secretaria Estadual da Mulher da CUT e Márcia Machado representando a CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.
O evento também teve a atração cultural na voz de Andréia Ramos, acompanhada de Jorge Tarzan e banda com canções populares brasileiras em homenagem as mulheres presentes.

Estiveram no evento mais de 60 participantes, entre eles, Gildo Ribeiro – Secretário de Formação do PCdoB de Vitória, Namy Chequer – vereador do PCdoB de Vitória, Vera Lúcia – vereadora do PDT de Guaçuí, Cláudia Bahiense representando a Deputada Sueli Vidigal do PDT, Neide Motta (Partido Progressista), Enildo Bernardes (CEBRAPAZ), Adriana Silva (UNEGRO e Fórum de Mulheres Negras do ES), Deusa Faria (Sindipúblicos), além de outras lideranças representativas.

Todas as participantes puderam degustar um farto lanche além se serem presenteadas com a Revista Presença da Mulher contendo as teses do 8º Congresso.

Elza abordou o tema, “UBM – Entidade Emancipacionista e a Participação Política da Mulher no Projeto Nacional de Desenvolvimento”, Gildo Ribeiro Secretário de Formação do PCdoB de Vitória falou sobre “As reformas democráticas e análise de conjuntura” finalmente a Senadora Ana Rita Esgario trouxe luz sobre o tema “A Reforma Política com a participação das mulheres”.

Gildo Ribeiro falou logo após apresentar o vídeo publicado pela TV Vermelho da Série “Reformas Democráticas” e afirmou que a superação da opressão de classe só é possível em uma sociedade socialista, para tanto, é necessário superar a sociedade capitalista. Que neste processo as mulheres tem contribuições importantes por serem mais da metade da população. Ressalta que a luta se dá pela via política e é necessário formação que discuta as questões centrais. Ressalta que a mídia é utilizada pelo sistema capitalista para inviabilizar as reformas democráticas que o país precisa para se desenvolver e que este posicionamento se dá através das mentiras que enganam o povo e que esta Mídia é um instrumento que mais deseduca.

Em relação ao tema da Reforma Política para afirmar que é muito importante, cita, por exemplo, a importância do deputado Aldo Rebelo do PCdoB de São Paulo na relatoria do Projeto de Lei do Código Florestal que é moderno e avançado. Que o Brasil se destaca em relação aos países europeus e o EUA que não tem um Código Florestal. Que para sua elaboração precisou de um deputado com compreensão política e pensamento patriótico, que compreende a necessidade da preservação ambiental e também do desenvolvimento sustentável para melhorar a vida do povo brasileiro, que diante da correlação de forças, principalmente pela força da bancada ruralista, a aprovação do Código Florestal é uma vitória para o país, e que para tanto, necessitou experiência, jogo de cintura e muita flexilibilidade.

Mencionou também que muitos que se dizem forças de esquerda não compreenderam a necessidade de alianças políticas para fazer o Brasil avançar com desenvolvimento e inclusão social. A Câmara Federal só tem quadros como Aldo e outros mais devido ao sistema das coligações. Que é necessário então lutar pelas coligações partidárias garantindo uma melhor representação da sociedade no Legislativo. Outro exemplo que cita como reflexo das coligações foi quando a direita conservadora quis abortar o desenvolvimento do país iniciado com a eleição de Lula e posteriormente querendo o seu impeachment, naquele momento de crise, Aldo Rebelo foi o único Deputado com condições de assumir a presidência da Câmara e frear o movimento opositor. Finaliza que as reformas democráticas devem ser o norte de luta de todos os movimentos sociais. Querendo ou não, muitos dos presentes viverão os avanços que o Brasil terá no curso da implementação das reformas democráticas.

Elza iniciou sua fala saudando a plenária e externando sua satisfação ao conhecer Vitória, ressaltando sua admiração pelas belezas naturais do ES. Fez apresentação com breve relato sobre as obras de arte em exposição no Auditório, sobre Edíra com a obra “As excluídas” cedida pela artista para a Arte do Banner do 8º Congresso e sobre Elza Monerat e Helenira Rezende retratadas nas telas da artista plástica Lena Brotas cedidas pelo PCdoB de Vitória. Relatou que eram comunistas, mulheres revolucionárias que lutaram pela democracia e liberdade do país combatendo a ditadura militar na Guerrilha do Araguaia.

Elza contextualiza a UBM como entidade de pensamento avançado na luta de idéias, que foi fundada em 1988 e sempre esteve nas principais lutas do povo brasileiro por políticas públicas. Ressaltou que após 79 anos da conquista do voto, as mulheres encontram-se em condição de sub-representação. Que os modos de produção capitalista na exploração da mais valia afetam toda a classe de trabalhadores, principalmente os mais pobres entre esses, as mulheres que vivem o projeto da opressão. Que os EUA utiliza das guerras contra os povos, que interessa as mulheres as defesa da paz, da liberdade e da democracia, que a UBM é uma corrente de pensamento de opinião que através do método marxista, apreendeu a questão da mulher enquanto uma questão social e que na especificidade de gênero é ainda maior a opressão de raça , etnia e geração e que a superação se dá com a transformação da sociedade. Em relação às teses do VIII Congresso que estão na Revista Presença da Mulher nº. 60 destaca o tema da Reforma Política como uma bandeira de luta em que a UBM defende listas alternadas para melhor representatividade da mulher.

Afirmou também que o desenvolvimento nacional permitirá mais dignidade e liberdade para o povo, melhores condições de vida, com geração de trabalho e que a inclusão das mulheres no mercado de trabalho faz com que elas tenham mais autonomia econômica, possibilidade de empoderamento, formação de novas relações sociais e que tendem a se libertar do trabalho doméstico, abordou os outros temas que compõem as teses como educação inclusiva, não sexista e libertária, defesa da Lei Maria da Penha como instrumento de combate a violência contra as mulheres, saúde universalista e integral , a laicidade do Estado na elaboração de políticas públicas, direito de se viver em cidades com ambientes saudáveis, ressaltou a importância do Código Florestal relatado pelo deputado Aldo Rebelo reafirmando que será um instrumento para melhorar a vida do povo. Afirma a necessidade de lutar pela democratização da mídia. Finalizou que a UBM não se nega a política, que a disputa é por projetos societários e que lutamos pelo poder político em favor da classe trabalhadora.

A senadora Ana Rita Esgário debateu sobre a Reforma Política ressaltando sua luta pela representação feminina na Comissão do Senado que debate o Tema da Reforma com proposta de constituir Comissão Mista Parlamentar com a inclusão dos Movimentos Sociais, além de deputados e senadores. Ressalta que a Reforma Política está em aberto e em disputa, nenhum seguimento tem o total controle, que é necessário a sociedade envolver no debate, a Reforma Política é uma oportunidade de avançar nos processos democráticos do país, mas alerta que sem um maior envolvimento corre-se o risco de retrocessos. Com isto ressalta que as regras do jogo para representação em maior quantidade e velocidade de seguimentos de mulheres, negros, deficientes, trabalhadores, setores populares, está na ordem do dia e é necessário sermos ousados e através da nossa capacidade política pressionar através dos partidos, movimentos sociais e organizações das mulheres. Em relação a emenda 164 do Código Florestal aprovada na Assembléia Legislativa informa que haverá tentativas no Senado de reverte-la.

Na sub-representação de setores populares desprovidos de poder econômico destaca as comunidades indígenas, as mulheres com representação de 10% das cadeiras na Câmara Federal e 15% no Senado, que é necessário superar essa condição da subrepresentação . Informa que desde a década de 90, países como Argentina aumentaram a representatividade da mulher. Na reforma política brasileira defende lista fechada e pré-ordenada com alternância de nomes de mulheres e homens na proporção de 50% , financiamento público de campanha, coligações e fidelidade partidária. Tudo isso pode acontecer se tivermos ousadia e participação ativa.

Após os debates e o Relatório das principais atividades desenvolvidas pela coordenação Estadual da UBM cessante foi eleita a nova coordenação da UBM ampliando-a com mulheres lideranças de movimentos populares pela coordenação da Vanda Gasparini que também representa a UBM no CEDIMES – Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher e com a eleição de 15 delegadas ao Congresso Nacional da UBM que será realizado em São Paulo entre os dias 10,11,12 de Junho de 2011.

UBM – ES
Luciana Bernardes