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Bachelet encoraja egípcias a terem papel imperativo na transição

A ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, encorajou nesta quinta-feira as mulheres egípcias a lutarem para ter um papel mais importante no novo Egito e afirmou que sua participação no processo de transição rumo à democracia é "imperativa".

Bachelet e a ministra egípcia de Cooperação e Planejamento, Faiza Abu al Naga, abriram nesta quinta-feira no Cairo a conferência internacional "Caminhos para as Mulheres nas Transições", organizada pelo Fórum das Mulheres das Nações Unidas.

"A igualdade de gênero não é um luxo, é um imperativo", afirmou Bachelet, atual diretora-executiva da ONU-Mulheres, para quem é fundamental "incluir muitas mulheres em postos de responsabilidade para assegurar que a igualdade se transforme em realidade".

A ex-presidente chilena louvou o papel que as egípcias tiveram durante as mobilizações populares que em janeiro desembocaram na renúncia do presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro, após três décadas no poder.

Bachelet lembrou que as egípcias "estiveram junto aos homens em todas as manifestações, ajudaram os feridos e transmitiram a esperança e a motivação necessárias para que prosseguissem".

Para a ex-governante chilena, o momento histórico que o Egito vive na atualidade representa uma oportunidade para "criar uma estrutura que realmente possa expandir os direitos das mulheres".

Bachelet, filha de um general morto durante a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990), sofreu torturas no regime chileno e explicou à plateia que as transições democráticas são "um momento único para reconstruir os ossos quebrados da sociedade".

A primeira e única chefe de governo que o Chile teve repassou sua trajetória como ministra da Saúde e primeira mulher a ser titular da Defesa no Chile e terminou sua intervenção dirigindo-se às egípcias: "O mundo está olhando para vocês e está aprendendo com sua experiência, o que é uma grande responsabilidade, mas estamos aqui para ajudá-las".

Já Abu al Naga qualificou como "inaceitável" o fato de ser a única mulher no gabinete ministerial egípcio e ressaltou que o momento de transição vivido pelo Egito representa "uma grande oportunidade" para que as mulheres façam valer seu papel na sociedade.

Fonte: EFE