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Ex-União Soviética lembra invasão fascista e início da guerra

Diversos países que formavam a ex-União Soviética lembraram nesta quarta-feira o 70º aniversário da invasão do país pela Alemanha fascista. O que era para ser uma guerra relâmpago para abater a jovem república socialista foi a fase mais sangrenta da Segunda Guerra Mundial, que na então União Soviética ficou conhecida por Grande Guerra Patriótica e serviu para derrotar a Alemanha hitlerista.

Em Moscou, o atual primeiro ministro russo, Vladímir Pútin, lembrou a data afirmando que repudia a tentativa do Ocidente de diminuir o papel que os soviéticos tiveram na vitória contra o nazi-fascismo, falsificando a história para colocar um sinal de igualdade entre agressor e agredido.

Para Pútin, isso revela o desejo de questionar os princípios básicos da estrutura atual do mundo, o que pode ter consequências muito sérias.

"Deve haver uma compreensão muito clara de que as tentativas de tergiversar a História carregam consigo um perigo bastante grande, de consequências impredizíveis, pois apontam no sentido de reverter os princípios básicos da estrutura atual do mundo", disse Pútin, em uma reunião da presidência do governo russo.

Nos últimos anos, em alguns países são feitas repetidas tentativas de tergiversar os resultados da Segunda Guerra Mundia, de minimizar o papel da União Soviética em relação à vitória sobre a Alemanha nazi-fascista.

"A guerra afetou de fato cada uma das famílias do nosso país. A cada geração se transmitem as memórias da valentia e das façanhas dos nossos pais, avôs e bisavôs, o sentimento de orgulho diante da enorme vitória conquistada e da dolorosa recordação pelas perdas irreparáveis. Daí falta explicar porque, na sociedade russa, se vê com amargura qualquer tentativa de falsificar a história da Segunda Guerra Mundial e, particularmente, da Grande Guerra Patriótica", disse.

Ao meio-dia de 22 de junho, soviéticos se reunem para escutar, em Moscou, a declaração do chanceler Molotov de que o país fora invadido pelas tropas nazi-fascistasA Grande Guerra Patriótica, que teve início em 22 de junho de 1941 com o ataque do nazi-fascismo contra a URSS, é a fase mais aguda dos combates na Europa, onde a Alemanha emprega mais de 80% de sua força militar contra a URSS, enquanto os aliados adiavam indefinidamente a abertura de uma segunda frente na Europa Ocidental.

A Operação Barbarossa, código dado pelos nazistas à invasão, deveria durar 6 meses, tempo previsto pelos alemães para derrotar a União Soviética. No entanto, o Exército Vermelho logrou derrotar a ofensiva alemã. Em fevereiro de 1942 os nazi-fascistas sofrem sua primeira grande derrota na cidade de Stalingrado e em 1944 todos os territórios da União Soviética são libertados.

A segunda frente, aberta em junho de 1944 na França pelos aliados, ocorreu no momento em que as forças soviéticas já avançavam no rumo da Europa Central. Mais de 28 milhões de soviéticos morreram na guerra, sendo a então Bielorússia a república mais afetada pela ocupação alemã, com mais de 30% de sua população assassinada.

Os historiadores reacionários afirmam hoje que Stalin havia enfraquecido o exército, o que "permitiu" o avanço "rápido" da mais potente máquina de guerra que um país construiu, a hitlerista, até as cercanias de Moscou, a capital soviética. Tais assertivas pertencem à tentativa de falsificar a História soviética e de "culpar" o socialismo pelos danos pesados sofridos pelo país nos três primeiros meses da invasão.

Essas afirmações omitem a estratégia empregada pelo Exército Vermelho para derrotar um inimigo que tinha nítida superioridade em termos materiais, empregando táticas de fustigamento, que causaram desgaste fatal para os invasores, além da organização de verdadeiros exércitos de guerrilheiros na retaguarda inimiga, os Partizani, que destruiam incessantemente as linhas de abastecimento e combatiam os fantoches nazi-fascistas instalados pelos alemães no comando das repúblicas soviéticas invadidas.


Tropas soviéticas partem para front em 23 de junho de 1941.
No cartaz, lê-se "Nossa causa é justa. O inimigo será derrotado
A vitória será nossa!"

Da redação