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Passagem Bolívia-Peru será reaberta; protestos chegam ao fim

A fronteira entre Bolívia e Peru será reaberta nesta segunda-feira (27), após manifestantes terem chegado a um acordo de paz na região de Puno e as reivindicações de ambientalistas das comunidades aimarás serem ouvidas. A região fronteiriça protagonizava uma longa greve e vivenciava conflitos entres comunidades locais.

A situação voltou ao normal depois da realização de uma assembleia com a participação massiva de indígenas em Desaguadero, no Perú. A região é separada por um rio que leva o mesmo nome da cidade homônima na Bolívia.

A greve e o bloqueio da passagem foram interrompidos para dar passagem a eleição presidencial, na qual o nacionalista Ollanta Humala saiu vitorioso com mais de 70% dos votos na região de Puno.

Na semana passada, Humala conversou com o governo de Alan García, depois de uma visita a Bolívia, para solucionar de forma pacífica os conflitos sociais e não deixar a herança de um “campo minado”.

O presidente eleito manifestou preocupação por danos econômicos da crise, em especial para o comércio exterior boliviano e pelo bloqueio na região da fronteira. A solução foi alcançada com a aceitação das exigências da comunidade Aimara, que o governo havia se negado a atender ao longo do conflito.

O Executivo aceitou anular uma concessão mineira a uma empresa canadense por irregularidades, estabeleceu uma moratória de concessões e condicionou as operações às consultas com as consultas às comunidades.

Em um dos piores dias do conflito, Humala procurou o presidente em exercício para impedir que o derramamento de sangue prosseguisse e para que um diálogo fosse estabelecido. García atribuiu a violência e os protestos a supostos interesses políticos que pressionam Humala por espaços no poder.

A vice-presidente eleita, Marisol Espinoza, rechaçou a afirmação e os “jogos perversos” de García e reafirmou que os protestos estão voltados contra a sua administração, enquanto dois veículos de comunicação o acusaram de “lavar as mãos” para os conflitos e “esquivar-se da responsabilidade das mortes”.

Fonte: Prensa Latina