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Grécia bloqueia passagem de navios à Faixa de Gaza

Nas últimas horas, a guarda costeira grega interrompeu a passagem um barco da Frotilha Internacional da Liberdade que pretendia levar ajuda a faixa de Gaza, obrigaram a frota a regressar seguindo pela costa de Creta.

Na última sexta-feira (1) a guarda costeira parou o barco americano da flotilha, The Audacity of Hope, a cerca de 1,6 km mar adentro, acabando com o entusiasmo inicial dos passageiros, que ficaram surpresos por terem sido autorizados a deixar o porto.

"Já era de se imaginar que eles iriam fechar todas as portas do Mediterrâneo", disse Ann Wright, o principal organizador do barco dos Estados Unidos. Segundo as autoridades, o objetivo deste impedimento é evitar situações de perigo.

"A probabilidade de que o governo grego já tenha tomado a decisão de não nos deixar sair do porto é muito alta, eu acho", disse Wright no início da semana passada. "Não é surpreendente, de certa forma, que o governo grego tenha sucumbido à pressão?. Ela sugeriu ainda que a Grécia, no auge de uma crise da dívida soberana prolongada, pode acatar as decisões de uma "ofensiva diplomática" israelense.

O governo israelense, observou ela, tem mantido reuniões do gabinete sobre o assunto da flotilha, e várias rodadas de exercícios militares têm sido realizados em preparação para um confronto. "Estou chocada que eles gastem tanto tempo, dinheiro e energia com isso", acrescentou Wright.

Organizadores dizem que há um “braço de Israel” por trás desses improváveis problemas, e enquanto as autoridades israelenses rejeitaram as acusações de conspiração, elas também se recusaram a negar-lhes acesso à região de maneira direta.

Ecoando uma posição majoritária entre os participantes, Johnny Leo Johansen, um fotógrafo e ativista norueguês, explica dessa forma: "É como se eles tivessem mudado o bloqueio da Faixa de Gaza para a Grécia".

O Ministério de Proteção ao Cidadão grego decretou na sexta-feira que todos os navios em portos gregos estão proibidos de navegar em direção à "área marítima de Gaza". Nenhuma explicação foi dada, e funcionários do ministério não puderam ser contatados para comentar a decisão.

O deputado da Esquerda Unida, Eduardo Meyer, anunciou que apresentará uma moção ante o Parlamento Europeu contra a proibição de navegação imposta pela Grécia. Segundo distintas resoluções da ONU, “o bloqueio a Gaza é ilegal”, afirmou Meyer.

A segunda Flotilha da Liberdade, composta por uma dezena de embarcações com cerca de 500 ativistas de vários países, leva aproximadamente cinco mil toneladas de ajuda a Gaza. Em maio do ano passado, o exército de Israel atacou um comboio humanitário e nove ativistas foram mortos.

Braço de Israel

Questionado sobre as sugestões dos ativistas de que Israel esteve por trás da aparente sabotagem, Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse: "Esses ativistas não são conhecidos por serem uma fonte objetiva de informação".

E continuou: "Essas pessoas têm uma tendência a culpar Israel, a ver a mão de Israel por trás de cada calamidade. E, claro, que isso não pode ser verdade?. Mas, quando solicitado a contrariar as suas reivindicações mais categoricamente, ele se recusou.

Autoridades israelenses reconhecem que têm tentado evitar a flotilha, não apenas porque a consideram uma tentativa de manchar o nome e as políticas do país, mas porque eles acreditam que todo o esforço é em grande parte organizado e inspirado por radicais islâmicos que estão buscando um encontro violento com as forças israelenses.

Na quinta-feira, Netanyahu disse em um discurso: "Às vezes, não precisamos apenas desviar os ataques físicos de nossos inimigos, mas também desviar o ataque ao nosso direito de nos proteger".

Falando durante a cerimônia de graduação da escola da Força Aérea israelense, ele agradeceu os líderes mundiais que nos últimos dias falaram e agiram "contra a flotilha da provocação". Ele especificamente elogiou o primeiro-ministro grego, George Papandreou, que disse ter cooperando estreitamente com Israel na coordenação de movimentos relacionados com a flotilha.

Da Redação, com agências