Empresa chama polícia e segurança contra greve de metalúrgicos

No segundo dia de greve na Metalsider, em Betim, a empresa contratou uma frota particular de kombis, além de uma empresa especializada em escolta armada, na tentativa de convencer grevistas a retornarem ao trabalho.

Greve Metalsider

Ainda na tarde de hoje, além de ter direcionado câmeras de vídeo utilizadas internamente para o local onde estão concentrados os grevistas, um carro atravessou os portões da fábrica equipado com colchonetes para serem utilizados pelos metalúrgicos que lá se encontram desde as 18 horas de ontem, pressionados a não aderir à paralisação.

“Além da presença da Polícia Militar na portaria da empresa, que visa intimidar os grevistas, a Metalsider passou a lançar mão de práticas antissindicais na tentativa de interromper a paralisação”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, João Alves de Almeida.

Na manhã desta terça-feira, foi realizada a primeira negociação após o início da greve. O Sindicato dos Metalúrgicos de Betim chegou a apresentar uma nova proposta para o pagamento de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), de R$ 1.800,00, a ser quitada de duas vezes, e propôs ainda que a Metalsider garanta o emprego por dois meses, não desconte os dias de paralisação e não persiga os grevistas.

Durante a reunião, representantes da empresa se comprometeram a avaliar a proposta e apresentar uma resposta ao Sindicato ainda na tarde de hoje, o que, entretanto, não ocorreu. A última proposta feita pela empresa, que motivou a greve, é de R$ 1.050,00.

Nesta terça-feira, o presidente do Sindicato voltou a afirmar que a proposta da Metalsider “não condiz com o ritmo de produção que é exigido dos trabalhadores atualmente”.

Fabricante de ferro gusa líquido, a Metalsider emprega cerca de 750 trabalhadores e é a principal fornecedora da Teksid do Brasil, que utiliza a matéria-prima na produção de blocos de motores comercializados para a Fiat Automóveis.

De Betim,
Alexandre Magalhães