Deputados pedem diálogo do governo de Minas com grevistas

Durante a Reunião Extraordinária de Plenário, na manhã desta quarta-feira (13), a pauta de votações da Assembleia Legislativa de Minas Gerais manteve-se obstruída devido ao impasse nas negociações entre o governo e os servidores estaduais da saúde e da educação, que estão em greve.

Greve Sind-ute - Guilherme Bergamini

Deputados do Bloco Minas Sem Censura (PT/PMDB/PCdoB/PRB), de oposição, alternaram-se na tribuna para cobrar a reabertura do diálogo para tentar colocar um fim à paralisação dos trabalhadores, que já dura mais de um mês.

Da pauta constavam 22 indicações para dirigentes de órgãos públicos e quatro projetos de lei (PLs), entre eles o que altera a área da Estação Ecológica de Arêdes, para a construção de uma estrada entre Itabirito e Ouro Preto (PL 1.759/11), e o que reajusta os vencimentos dos servidores das polícias Civil e Militar (PL 2.109/11), ambos do governador.

Assim como ocorreu na Reunião Extraordinária na véspera, os parlamentares da oposição criticaram os pedidos de urgência para a tramitação de algumas proposições. Paulo Lamac (PT) mencionou que a Assembleia teve o semestre inteiro para analisar os projetos, mas padeceu por falta de quórum. "Por que votar de afogadilho matérias que não foram adequadamente discutidas?", questionou.

Carlin Moura (PCdoB) e Rogério Correia (PT) cobraram a reabertura das negociações entre o governo e os grevistas, dizendo que não é correto que os deputados entrem em recesso, previsto para a segunda quinzena de julho, deixando os trabalhadores da saúde e da educação do Estado na atual situação. Servidores da Polícia Civil e do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) também estão em greve, mas o deputado Rogério Correia salientou que ambas as categorias estão com as negociações encaminhadas. Em assembleia realizada na terça-feira (12), servidores do Ipsemg decidiram suspender a paralisação, e o mesmo deve ocorrer no dia 19 com o pessoal da Polícia Civil, informou o parlamentar.

Elismar Prado (PT) criticou a falta de diálogo do próprio Colégio de Líderes da Assembleia com os deputados oposicionistas e alegou que a oposição tem o direito regimental de obstruir os trabalhos na Casa. Ele lamentou a pouca disposição do Poder Executivo para negociar com os servidores e disse que, se o Governo não os recebe, o último recurso dos trabalhadores é recorrer aos deputados para que eles tentem dar continuidade às negociações.

Almir Paraca (PT) e Celinho do Sinttrocel (PCdoB) citaram artigos do Regimento Interno da Assembleia para mostrar que o pedido de urgência para a tramitação de projetos é legítimo, porém se posicionaram contra o requerimento apresentado pelo deputado Rômulo Viegas (PSDB), que pede a tramitação em regime de urgência para o PL) 5.092/11, do governador, que também constava da pauta da manhã desta quarta-feira. A proposição cria cargos e altera a estrutura da carreira de agente de segurança penitenciário.

Fonte: ALMG