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Honduras: Trabalhadores de montadoras denunciam exploração

Fazendo uso da liberdade de expressão e do exercício ético responsável, o Coletivo de Mulheres Hondurenhas (Codemuh) denuncia a situação de trabalho em que vivem as trabalhadoras de fábricas montadoras e pedem às autoridades que apliquem justiça no caso. As mulheres dirigiram a denúncia contra as fábricas Delta Apparel Honduras e Delta Apparel Cortés, que, de acordo com elas, de forma ininterrupta e sistemática as explora e viola seus direito humanos e trabalhistas.

As trabalhadoras denunciam perseguição e represália que estão sofrendo para cumprir às metas de produção, muitas vezes tendo que cumprir uma carga horária de até 32 horas. Além disso, denunciam ainda a demora pelo seguro social, principalmente no município de Villanueva, onde as avaliações médicas chegam a demorar até um ano, "ocasionando danos ainda maiores à saúde das trabalhadoras e as colocando sob ameaça de serem despedidas pela falta de cumprimento com sua produção imposta pela empresa”.

As trabalhadoras ainda contam que são deslocadas para outros postos de trabalho, sem nenhum tipo de adequação, onde as empresas acomodam as mulheres em qualquer lugar "sem cumprir as determinações recomendadas pela Comissão Técnica de Risco Profissional do Instituto Hondurenho de Seguridade Social (IHSS)”, cometendo aí outra violação.

As denúncias já foram encaminhadas para a Inspetoria Regional do Trabalho desde junho de 2011, no entanto, não tiveram nenhuma resposta.

As mulheres tomaram a iniciativa de encaminhar o caso para a "Secretaria do Trabalho e Seguridade Social (STSS) pelo silêncio administrativo em que se encontram os casos solicitados pelas trabalhadoras da Delta Apparel e pela falta de vigilância das deficiências ergonômicas dos postos de trabalho que põem em perigo a saúde e a vida das trabalhadoras”.

Mesmo com problemas graves de saúde as trabalhadoras são obrigadas a dar continuidade ao trabalho e submetidas a cumprir metas elevadas, além de jornada de trabalho larga e intensa. Como não produzem mais como antes quando tinham saúde "as trabalhadoras deixaram de ser "boas empregadas”, e agora passaram a ser chamadas de "as doentes, as barbies”, inclusive sendo chamadas dessa forma pelos outros empregados com o aval do setor administrativo.

Por estes motivos, as trabalhadoras exigem que "as autoridades façam o uso de suas faculdades e dos ofícios que lhe cabem, realizando estudos ergométricos nas plantas maquiladoras com a finalidade de adequar aos postos de trabalho, os horários de acordo com o estabelecido pela lei trabalhista e as metas de produção de acordo com a capacidade das trabalhadoras e assim prevenir os danos à saúde e à vida das mulheres e homens que fazem o possível para elevar o lucro das marcas multinacionais”.

Fonte: Agência Adital