RS: palestra de Déo Gomes e vídeo destacam programa do PCdoB
Com palestra de Déo Gomes, ex-vereador e secretário institucional do PCdo B, e exibição de um vídeo, foi realizado nesta quarta-feira (27), no escritório do deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS), em Caxias do Sul, um trabalho pedagógico com filiados sobre o Novo Programa Nacional de Desenvolvimento (NPND) do Partido Comunista do Brasil. O evento teve a presença de cerca de 30 militantes.
Publicado 27/07/2011 16:54 | Editado 04/03/2020 17:10

Durante sua participação, Assis Melo destacou a importância de se conhecer o programa do Partido e de se buscar, de forma constante, atualizar-se sobre os projetos do PCdoB para o país. “A pessoa não nasce comunista, ela se torna a partir do conhecimento construído ao longo da vida”, disse o parlamentar, na abertura.
Em sua fala aos militantes, Déo Gomes ressaltou a necessidade de o Partido se concentrar em três frentes de atuação para construir uma hegemonia que leve o país – hoje com uma orientação capitalista-financeira – rumo ao socialismo:
1) participação concreta nos movimentos sociais (sindicatos, associações de moradores, organizações comunitárias);
2) presença institucional (por meio de uma representação maior no Congresso Nacional, assembleias legislativas, câmaras de vereadores e prefeituras); e
3) na luta de ideias (discussão de qual país que queremos, com um estado forte, que estimule o desenvolvimento, a justiça social e a redução das desigualdades).
A luta no plano das ideias ganhou destaque na fala de Déo Gomes. “A ideia não caminha cozinho, tem quer ser levada pela gente. Esta é a nossa responsabilidade neste processo”, afirmou o secretário institucional do PCdoB, destacando a importância do Novo Programa Nacional de Desenvolvimento . “O que está neste programa não é fruto de invenção, é resultado da reflexão e da discussão.”
A partir trabalho, que alia participação concreta e discussão do plano das ideias, Déo Gomes acredita ser possível o Brasil atingir um terceiro “ciclo civilizacional”, com crescimento e ampliação do bem-estar do povo.
O primeiro ciclo, segundo Gomes, se refere ao período inaugurado pela expulsão dos holandeses do Nordeste (século XVII, com a participação do povo na luta contra o invasor) até o final do século 19 (com a abolição da escravatura e a instituição da República), enquanto o segundo refere às décadas de 1930 a 1980 (com início na Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas ao poder, até o final da ditadura militar).
“É possível inaugurarmos um novo ciclo”, disse Déo Gomes, elogiando os governos Lula (2003-2010) e Dilma (a partir deste ano), mas destacando a necessidade de se avançar. Citou como importantes nesta jornada rumo ao socialismo os pontos essenciais do NPND, que são:
1) reforma política ampla e democrática;
2) reforma dos meios de comunicação, hoje concentrados na mão de poucas famílias;
3) reforma da educação, que consolide um Sistema Nacional de Educação;
4) reforma tributária, focada na tributação sobre os ricos e não sobre quem é pobre ou assalariado;
5) reforma urbana, que garanta direitos e serviços ao povo;
6) fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com aumento da qualidade dos serviços prestados à população;
7) fortalecimento e ampliação da seguridade social;
8) reforma agrária ampla, que incentive o desenvolvimento e garanta terra para quem precisa e quer produzir; e
9) fortalecimento da segurança pública.
A luta por reformas e pelo fortalecimento de serviços essenciais e importantes para a população pode, no entender de Déo Gomes, levar a um governo mais justo e promover a transição rumo ao socialismo.
“Mas para fazermos essa transição, o trabalhador tem de querer, o povo tem de querer”, afirma o secretário institucional do partido. “Para isso é preciso ter um governo que queira fazer, é preciso de um governo revolucionário. Para termos um governo que queira iniciar esse novo ciclo civilizacional, o povo precisa querer.”
De Caxias do Sul,
Luiz Erbes