Biblioteca Pública do Estado comemora 200 anos de funcionamento

Mais antiga da América Latina, a Biblioteca Pública do Estado da Bahia comemorou, nesta quinta-feira (4/8), os 200 anos de abertura do seu acervo à sociedade. O ato solene para celebrar a data destacou a importância do acervo de mais de 600 mil itens, entre livros raros, documentos históricos e obras de artes, além de levantar o desejo de nacionalização da biblioteca.

O presidente da Fundação Pedro Calmon, Prof. Ubiratan Castro de Araújo, lembra que a biblioteca foi fundada em 13 de maio de 1811 por iniciativa de intelectuais e com aprovação do vice-rei da Bahia à época, o Conde dos Arcos. Sua fundação fazia parte de um processo de modernização pelo qual passou o estado por ocasião da chegada da família real ao Brasil. Araújo explica ainda que, antes da biblioteca, no período colonial, era proibido o acesso e a divulgação dos livros para coibir a chegada dos ideais iluministas ao conhecimento dos brasileiros.

“Hoje, ela continua sendo um fiel espaço de cidadania que torna possível a todo cidadão, independente da classe ou condição social, escolher e tomar suas próprias decisões”, destacou o professor Ubiratan. Ele disse ainda que a biblioteca passa por um processo de informatização, com a digitalização do acervo que será disponibilizado na internet. Além disso, a biblioteca pública abriga uma série de atividades culturais que evolve teatro, pintura, recitais, palestras, valorizando o acesso ao livro e a democratização do saber.
Nacionalização

O orgulho de abrigar esta história foi lembrado também pelo secretário de Cultura do Estado, prof. Albino Fernandes. “No Brasil, onde as instituições culturais têm trajetória recente ou instável, ter uma instituição que comemora 200 anos é uma glória”, afirmou. Ao destacar a importância do rico acervo e das atividades promovidas na biblioteca, o secretário falou sobre a necessidade de descentralizar as instituições nacionais de cultura e estabelecer o desafio da nacionalização da Biblioteca Pública, nos seus 200 anos. “Brasília e o Rio de Janeiro já possuem bibliotecas nacionais. Para a Bahia será um reconhecimento do nosso estado como estado onde foi fundado o Brasil”.

Em apoio à iniciativa, a deputada federal Alice Portugal, que esteve no evento representando a Comissão de Educação e Cultura da qual é uma das vice-presidentes, lembrou que “o fazer biblioteca é fazer uma nação, fazer a memória do povo brasileiro. Tenho me associado me associado aos bibliotecários baianos na luta pela valorização das bibliotecas no Brasil e agora estou tendo contato com esta grandiosa ideia de tornar esta biblioteca nacional. Coletaremos assinaturas suprapartidáriamente e indicaremos este projeto para que a bancada baiana dê a Salvador, como primeira capital do Brasil, uma Biblioteca Nacional assim como as outras duas capitais (Rio de Janeiro e Brasília) já as têm”.

Fonte: Ascom/gabinete da deputada Alice Portugal