O PCdoB mantém sua coerência

Em relação à crise política instalada em Campinas, o mandato do PCdoB sempre manteve coerência com sua postura política e com as regras democráticas do Estado de Direito. E qual é a regra máxima do Estado de Direito? É que ninguém é culpado até que se prove o contrário. Atenção na palavra prove, que remete à prova do crime para que o criminoso seja punido.

Desde o início das denúncias feitas pelo Ministério Público em relação a supostos atos de corrupção por parte de membros de agentes públicos do Executivo Municipal , que ainda não foram julgados pela Justiça, o vereador Sérgio Benassi se posicionou pela investigação de todas as denúncias e punição no caso de culpados. Votou a favor da criação da Comissão Processante na Câmara Municipal para que fossem investigadas as denúncias.

Na madrugada de sábado, 20 de agosto, manteve sua posição de defender as regras da democracia votando contra a cassação do prefeito, porque o próprio relatório elaborado pelos membros da CP afirmava categoricamente que não havia provas contra o prefeito, que dentro dos 90 dias de investigação não houve dentro de “fazer a prova provada” e que “a prova não é necessária” porque as denúncias do Ministério Público bastam.

O fato é que o Ministério Público afirma em seu relatório várias vezes que não existe nenhum indício ou prova que incrimine o prefeito Hélio de Oliveira Santos. Então, vendo deste olhar, o voto do PCdoB seguiu o relatório, que afirmou não haver tempo de se fazer prova e que o relatório do Gaeco é que vale.

Enfim, o PCdoB não traiu seus princípios, manteve sua coerência e se posicionou pelo voto programático. Em uma avaliação política do governo dr. Hélio e do seu cumprimento com o programa elaborado em sua campanha eleitoral, que o Partido ajudou a construir, de levar melhores condições de vida à população mais carente de Campinas, foi cumprido em grande parte, com a construção de prontos-socorros do Campo Grande, término do Hospital Ouro Verde e do túnel Joá Penteado, a nova rodoviária, regularização fundiária e infraestrutura para centenas de bairros da periferia.

O PCdoB condena qualquer tipo de corrupção e exige a punição pela Justiça dos culpados, após julgamento justo, mas não se coaduna com linchamento público, caças às bruxas ou quebra das regras do Estado de Direito, que garantem a defesa e que ninguém é culpado até que se prove ao contrário. O PCdoB tem uma história de luta contra estas arbitrariedades e não pode, por dever de honrar sua história, parear com o pensamento medieval de punir primeiro e julgar depois.

O PCdoB foi o único partido que votou contra a cassação do prefeito, não por não achar sérias as denúncias feitas pelo Gaeco , mas por acreditar com toda a convicção de que não se pode rasgar a constituição brasileira e as conquistas democráticas, conquistadas à custa de muito sangue e luta, por causa de uma histeria causada por claros interesses eleitoreiros.

De qualquer forma, Dr. Hélio cassado não representa que o projeto político construído pelos partidos aliados foi destruído. Campinas não pode parar e depois de saciada a sede de sangue, a Administração deve erguer sua cabeça e continuar olhando para os que mais precisam, levando uma condição de vida melhor para a população.

Sérgio Benassi