Sem categoria

Salé autoriza diálogo para transferência de poder no Iêmen

O presidente do Iêmen, Ali Abdulá Salé autorizou o governo a negociar com partidos opositores que exigem a renúncia do mandatário uma transferência de poder no Iêmen, enquanto o Exército informou ter derrotado algumas milícias islamistas radicais em Abyan.

A agência oficial de notícias SABA afirmou que Salé concedeu a seu vice-presidente Abdrabuh Mansour Hadi a "necessária autoridade constitucional" para iniciar a discussão de uma proposta do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) Pérsico.

O chefe de Estado, que desde junho se recupera em uma clínica de Arábia Saudita dos ferimentos sofridos em um atentado no palácio presidencial, recebeu uma delegação do Partido Congresso Geral do Povo (CGP), situacionista, que viajou a Riad para obter o sinal verde para as negociações.

De acordo com a fonte, o decreto de Salé autoriza a Hadi a assinar em seu nome a chamada iniciativa do CCG que inicialmente fixou um prazo de um mês para a transferência de poder, para colocar um fim a quase nove meses de instabilidade política e manifestações de rua.

O decreto determina que Hadi pode "estabelecer prazos… e assinar" o acordo, e começar os preparativos para eleições presidenciais antecipadas sob supervisão regional e internacional.

As seis nações árabes do CCG propuseram que o presidente ceda o cargo a seu vice em 30 dias, para formar um governo provisório com participação da oposição e convoque a eleições gerais no prazo de dois meses.

O CGP sugeriu na semana passada modificar a iniciativa para estender o processo de transferência do cargo a 90 dias, ideia recusada categoricamente pelos partidos aglutinados na coalizão opositora Encontro Comum (EC) que chamaram a novos protestos.

A oposição constituiu no domingo uma "junta executiva" e "comissões especializadas" do denominado Comitê Nacional para as Forças da Revolução Pacífica com a missão de acelerar a queda de Salé, com ações dentro e fora do país.

Setores estudantis e membros de tribos influentes pressionam para a demissão incondicional de Salé, e as manifestações generalizaram-se em diferentes províncias de Iêmen, incluídas algumas do sul que sofrem também o embate de milícias islamistas.

Um porta-voz do Exército iemenita informou hoje que suas forças abateram quatro extremistas islâmicos que o governo vincula com a rede Al-Qaida, durante uma ofensiva para consolidar suas posições em Jaar e Zinjíbar, capital da província meridional de Abyan.

As forças armadas enfrentaram uma milícia chamada Ansar Al Sharia e conseguiram libertar a 25ª brigada do Exército, que esteve cercada durante mais de dois meses nessa região costeira.

Fonte: Prensa Latina