Médicos baianos também paralisam atendimento a planos de saúde

Após várias tentativas de acordo, os médicos da Bahia decidiram aderir à paralisação do atendimento a clientes de dez planos de saúde: Amil, Medial, Hapvida, Norclínicas/Intermédica, Life Empresarial, Geap, Cassi, Petrobrás, Golden Cross e Promédica. O movimento começa nesta quarta-feira (21/9) e se estende até o dia 27 de setembro, quando o quadro será normalizado. A paralisação não atinge urgências e emergências.

A adesão ao movimento foi decidida em assembleia no dia 5 de setembro e ao final da paralisação (27 de setembro), os médicos farão nova assembleia para um balanço do movimento, quando também definirão as novas ações para fazer com que os planos valorizem o trabalho médico e a população que é atendida através dos convênios. “A paralisação do atendimento de sete planos – Amil, Medial, Intermédica/Norcliniocas, Life Empresarial, Hapvida, Promédica e Golden Cross – foi motivada pela recusa de negociação com as entidades que representam os médicos. Eles decidem valores e empurram para os médicos, que estão se descredenciando, não querendo mais atender a planos de saúde, o que prejudica os usuários que têm de pagar plano de saúde para ter uma saúde melhor”, explicou o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia, José Caires Meira.

“Além destes, agregamos o Geap, Petrobras e Cassi, porque estes três fizeram o acordo da Unidas e agora não estão querendo cumprir o acordo, de pagar consulta R$ 60 e os honorários de acordo com a 5ª edição da CBHPM – Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos . A CBHPM define mais de 30 mil procedimentos médicos com seus valores, conforme a região. O grupo Unidas fechou acordo e dos 27 donos de planos, três não estão querendo cumprir e por isso estão na greve também”, acrescentou Caires.

Para o presidente do Sindimed Bahia, os planos vão amargar um prejuízo muito grande, porque a imprensa toda está noticiando a suspensão do atendimento e eles vivem de imagem. “Então, a partir deste processo é esperado que os planos procurem as entidades que representam os médicos para negociar. Mas, negociar de forma honesta e sincera e não falaciosa, como a Golden Cross e Promédica, que chegaram a procurar as entidades, mas propuseram um reajuste inaceitável”, ressaltou.

Hoje durante todo o dia haverá uma manifestação no largo de Ondina, na orla de Salvador, onde médicos estarão concentrados para mostrar a indignação com a postura dos planos de saúde. A programação inclui apresentação dos doutores do riso, algumas charangas, apresentações culturais, além de uma grande manifestação com faixas e carros de som.

A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) apóia o movimento, pois os planos precisam entender a realidade dos médicos e dos usuários. A vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Salvador lembra que a questão vem sendo debatida pelos médicos desde o começo do ano. Uma Audiência Pública, em fevereiro deste ano, discutiu no Legislativo a falta de reajuste dos honorários, a regularização dos contratos e a adoção de processos que complicam o atendimento dos pacientes. A vereadora defende a abertura imediata das negociações para que a população não seja ainda mais prejudicada.

De Salvador,
Eliane Costa