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Fundo verde entre os grandes temas da reunião climática

O fundo verde de apoio financeiro para minimizar os efeitos negativos do clima ocupa um espaço de destaque na III Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que entra, nesta segunda-feira (3), no terceiro dia.

O evento, iniciado no último sábado (1) no Panamá, reúne 190 países e discute a redução das emissões de gases poluentes e as bases da Cúpula da ONU sobre Mudança Climática, que acontecerá no final do ano em Durban, na África do Sul.

Plano de Ação de Bali

O debate foi aberto pela representante da Venezuela, Claudia Salerno, que falou em nome dos países da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba). Ela exigiu resultados concretos e transparência na criação do fundo [que terá recursos para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir as emissões de gases de efeito estufa].

“Nosso desafio até Durban deve ser implantar o Plano de Ação de Bali [acordo firmado por representantes de 180 países que participaram da reunião realizada em 2007 em Bali, na Indonésia] sem protelar mais e fazermos um chamado aos membros do Comitê de Transição para o Fundo Verde com o objetivo de que eles respondam à Comissão os resultados de seu trabalho até esta data”.

No entanto, a solicitação da delegada venezuelana, que falou também em nome de Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Dominica, parece que não foi ouvida, a julgar pelas declarações posteriores da secretaria executiva da Convenção, Christiana Figueres.

Em uma coletiva de imprensa, ao ser questionada sobre o tema, admitiu que este é um dos assuntos que ficaram pendentes na conferência de Cancun, apesar de ter dito que o Comitê de Transição, de 40 membros, trabalha na formação do “esqueleto” desse mecanismo de apoio financeiro.

Conferência das Partes

Já foram realizadas três reuniões e o último encontro está previsto para outubro na África do Sul, mas admitiu que faltam detalhes para estabelecer o tipo de relação entre o fundo e a Conferência das Partes (COP 17) e, em especial, a definição do montante e seu destino.

Salerno ressaltou que a Alba tem expressado profunda convicção sobre a necessidade de que o fundo tenha personalidade jurídica e que, além disso, atue sob a orientação e a autoridade da COP 17.

A representante boliviana disse ser lamentável que os países desenvolvidos aleguem não ter recursos para cumprir com as limitadas promessas feitas em 2009, sendo que um congressista estadunidense revelou gastos de 500 milhões de dólares na primeira semana de ataque à Líbia.

Fonte: Prensa Latina