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PSDB se reúne em SP em busca de uma estratégia eleitoral

Menos de uma semana após o prefeito Gilberto Kassab obter o registro do PSD no Tribunal Superior Eleitoral, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fez um contra-ataque político na cidade de São Paulo, principal reduto do tucano e cenário de uma das maiores batalhas eleitorais de 2012.

Na noite da ultima segunda-feira (3), Alckmin se reuniu na Câmara Municipal com os vereadores tucanos da capital, os dois ex-governadores — José Serra e Alberto Goldman — e com os quatro pré-candidatos tucanos à Prefeitura de São Paulo — Bruno Covas, Ricardo Trípoli, Andrea Matarazzo e José Aníbal.

Durante o encontro, ele divulgou que o governo do estado pretende investir na capital até o fim de sua gestão cerca de R$ 23 bilhões. Em meio ao clima de disputas internas que assolam a cúpula do tucanato, Alckmin pediu unidade. A vitória na maior cidade do país, em 2012, é estratégica para seus planos continuistas de reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, em 2014.

Balões de ensaio

Segundo matéria publicada nesta terça-feira pelo Estadão, alguns setores do tucanato paulista defendem a estratégia de amarrar o novo partido de Kassab no projeto de 2012, o que daria mais força para enfrentar o candidato do PT, que contará com o apoio do governo federal.

O prefeito sinalizou a intenção de lançar o vice-governador Guilherme Afif Domingos como candidato próprio. Afif conta com a simpatia de setores tucanos para ser, até mesmo, o cabeça de chapa. Aliados de Kassab dizem que ele poderia apoiar Alckmin em 2014 em troca do apoio a Afif no ano que vem.

Já os aliados de Alckmin apostam que o prefeito também tem como plano se candidatar a governador em 2014. O cenário descrito pelo Estadão revela o esforço para unir as forças conservadoras.

Pulverização

Em entrevista ao Portal Vermelho, o presidente do PCdoB na capital paulista, Vander Geraldo, diz que não é simples hoje afirmar que Alckmin e PSDB apoiarão o Afif. “Em minha opinião o governador foi à Câmara de São Paulo fazer mais um round na disputa contra o governo municipal e o Kassab. Foi uma audiência para apresentar o que é que o governo estadual fará de investimentos na capital, ou seja, disputando a cidade com a Prefeitura”.

“É público e notório que o Kassab será candidato em 2014, se não fosse para isso ele não precisaria fazer toda essa engenharia de sair do DEM e fundar o PSD. Todos sabem também, e ontem o próprio governador afirmou, que será candidato à reeleição” avalia Vander.

“Além dos tucanos que têm quatro pré-candidaturas à Prefeitura de São Paulo — que serão definidas em prévias — e do PT que tem outros cinco nomes, ainda existem outras cinco pré-candidaturas consolidadas na capital, o que demonstra de forma muito singular que há uma maior descentralização das candidaturas”, reforça Vander. Entre os nomes cotados para a disputa eleitoral de 2012 estão Netinho de Paula (PCdoB), Soninha Francine (PPS), Celso Russomano (PRB), Gabriel Chalita (PMDB) e Paulinho da Força (PDT).

O dirigente do PCdoB da capital explica que dentro deste cenário, o Partido busca apoios, mas que ainda é muito cedo para se falar em alianças. “A busca de composições só deve mesmo ocorrer após o carnaval de 2012. Temos mantido boa relação e conversação com o PDT, PSB e mesmo com o PRB e PSC”.

Vander admite ainda a possibilidade de a capital contar com um grande número de candidaturas no primeiro turno — o que levaria as aglutinações para o segundo turno. “Esse segundo semestre em São Paulo tem sido um verdadeiro festival de balões de ensaio. No aspecto político geral da cidade cada vez mais se consolida um quadro de pulverização das candidaturas”.

Da redação,
Mariana Viel com agências