Bancários mantêm greve que já atinge 144 municípios na Bahia

A greve nacional dos bancários completa onze dias nesta sexta-feira (7/10) e a categoria continua firme no propósito de manter o movimento até que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e as direções dos bancos públicos apresentem uma proposta decente de reajuste. Na Bahia, a greve continua crescendo e além de Salvador, já tinge 143 municípios do interior do estado, segundo dados do Sindicato dos Bancários da Bahia (SBBA).

Os bancários estão em greve desde o dia 27 de setembro, após rejeitarem a proposta dos bancos, que previa reajuste salarial de apenas 8%, um percentual bem aquém dos 12,8% reivindicado pelos trabalhadores. Os bancos negaram ainda as demais reivindicações da categoria como valorização dos pisos, aumento da participação nos lucros e resultados, medidas de combate ao assédio moral, mais segurança e melhores condições de trabalho.

Na segunda-feira, os trabalhadores da base do SBBA se reúnem em assembleia a partir das 18h, no Ginásio de Esporte do Sindicato, no bairro dos Aflitos, em Salvador, para avaliar o movimento e definir novas estratégias de mobilização da categoria para a próxima semana.

Adesão na Bahia

Balanço do Sindicato dos Bancários da Bahia aponta adesão em massa dos bancários na greve. Na Bahia, 685 unidades bancárias ficaram com as portas fechadas nesta sexta-feira. A paralisação atinge cidades importantes em todas as regiões do estado. Em Vitória da Conquista, no sul do estado, por exemplo, 49 bancos permanecem sem atendimento. O mesmo acontece em Barreiras, que tem 40 unidades fechadas. Em Feira de Santana, a greve atinge 30 agências. Em Itabuna são 29, Irecê 26 e, em Camaçari, 13 estão fechadas.

A adesão das cidades da base do Sindicato da Bahia também é forte. No interior, 210 unidades estão com as portas fechadas. Em Salvador o total é de 215 e da base da Federação Bahia e Sergipe são 830. Os números mostram a força do movimento, que tende a crescer na próxima semana.

A greve conta também com boa participação dos trabalhadores. Até sexta-feira (07/10), 80% empregados estavam de braços cruzados. A paralisação dos bancários segue até que a Fenaban apresente uma proposta que contemple as reivindicações da categoria, que quer, assim como a população brasileira, melhorias efetivas.

“A mobilização neste momento é fundamental. Os bancários formam uma das poucas categorias que possui uma Convenção Coletiva de Trabalho válida para todos. Portanto, os direitos conquistados têm legitimidade em todo o território nacional. A categoria não deve se intimidar com as ameaças dos banqueiros, pois a greve é um direito legítimo dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Sindicato da Bahia, Euclides Fagundes.

De Salvador,
Eliane Costa com informações da Ascom do Sindicato dos Bancários da Bahia.