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Estados Unidos detêm recorde de vetos nas Nações Unidas

Apenas os cinco membros permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas detêm o poder de veto, desde a criação do organismo, na década de 1940. O veto é suficiente para bloquear qualquer resolução proposta e os Estados Unidos são o recordista no seu uso, o utilizando para proteger nações acusadas de ferir os direitos humanos.

O especialista em política Stephen Zunes, presidente do departamento de Estudos sobre Oriente Médio na Universidade de São Francisco, nos Estados Unidos, pesquisou as votações do Conselho de Segurança durante o seu período histórico de existência e descobriu que os Estados Unidos e seus aliados (Reino Unido e França) têm o recorde de vetos duplos (e triplos)”.

Nos mais de 60 anos da organização, houve 23 votos duplos por parte de Estados Unidos e Reino Unido e 13 vetos triplos, somando a França, afirmou Zunes. A maioria era sobre assuntos relacionados com África do Sul, Namíbia e Rodésia nas décadas de 1970 e 1980.

O último veto triplo aconteceu em 1989, contra a resolução que condenava a invasão estadunidense do Panamá. Também houve dois vetos duplos da França e do Reino Unido durante a crise do Canal de Suez, em 1956.

“Creio que vale a pena assinalar que os Estados Unidos têm o recorde de vetos a resoluções que ameaçavam ou adotavam sanções a governos responsáveis por abusos contra os direitos humanos, bem como as resoluções que apenas deploravam ou condenavam esses governos”, disse Zunes.

China e União Soviética (hoje Rússia) também utilizaram o poder de veto contra resoluções que ameaçavam aliados. A última vez que os dois países utilizaram o poder de veto em conjunto foi para evitar um novo processo de escalada militar contra a Síria, semelhante ao que aconteceu contra a Líbia, quando os dois países se abstiveram da votação que abriu a brecha para o braço armado do imperialismo atacar o país do norte da África.

Os Estados Unidos exerceram por cinco vezes seu direito de veto entre 2004 e 2011 para proteger seu estado satélite no Oriente Médio, Israel. Essas resoluções vetadas por Washington condenavam a construção de colônias ilegais israelenses em territórios palestinos invadidos e ocupados, ou condenavam a agressão devastadora de Israel contra os palestinos da Faixa de Gaza.

Zunes disse à IPS que o veto russo-chinês na questão síria é definitivamente uma reação à decisão do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) de ir além do mandato do Conselho de Segurança no começo deste ano, que permitiu agredir a Líbia.

Com informações da agência IPS