Mauro Santayana: BNDES abre a bolsa para os espanhóis da Vivo
O BNDES aprovou um empréstimo de 3 bilhões de reais à VIVO, para expansão da rede e telefonia 3G. O dinheiro seria para reduzir a dependência de terceiros com relação a backbone, um novo centro de dados, e à ampliação da rede de 2G e 3G, para cobrir 85% do território nacional até 2013.
Por Mauro Santayana, em seu blog
Publicado 20/10/2011 16:54
Esse tipo de operação ajuda um grupo estrangeiro que está mandando bilhões de dólares como remessa de lucro ao exterior. Esse dinheiro, além de remunerar acionistas na Espanha e impedir a quebra da matriz, serve para fechar a boca de quem, dentro e fora do Brasil, acusa o governo de usar o Banco para “interferir no ambiente econômico” ou promover “concorrência desleal” quando apóia, ou tenta apoiar, empresas unicamente nacionais, em fusões no Brasil ou em aquisições no exterior.
Imaginem se amanhã o BNDES emprestasse, eventualmente, a mesma quantia para a expansão e consolidação da TELEBRAS, qual não seria o pandemônio em certos setores da imprensa e da opinião “pública” a respeito dessa atitude – e quantos pedidos de esclarecimento não seriam feitos no Congresso – pelos que fingem ignorar esse empréstimo do nosso principal banco de fomento aos espanhóis.
Por essas e por outras, o Estado chinês tem a maior companhia de telecomunicações do mundo, e está comprando empresas no exterior, enquanto nós pagamos as maiores tarifas de telefonia e banda larga do planeta, por obra e graça do irresponsável desmonte, esquartejamento e desnacionalização da telefonia nacional nos anos 1990.