Contratos da Lótus com a Sanasa começaram no governo tucano

O atual presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, depôs na Comissão Processante (CP) da Câmara na tarde de sexta-feira (25/11). Vicente foi ouvido como testemunha de defesa. A CP investiga possível participação do prefeito Demétrio Vilagra em esquema de desvio de dinheiro público.

guillo

Vicente foi presidente da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.) nos anos 2001-2002, durante o governo do prefeito Antonio da Costa Santos (PT). Um dos pontos mais polêmicos de seu depoimento foi quando perguntado pelo vereador Zé do Gelo (PV) – membro da CP – se alguma das empresas que prestam serviços atualmente à empresa também prestavam à sua época. Andreu afirmou recordar-se que a Lótus prestava serviço já a sua época, mas que a participação e vitória da empresa em seguidas licitações da Sanasa tiveram início em 1994 ou 1995. A essa época a prefeitura era comandada pelo falecido prefeito Magalhães Teixeira (PSDB).

A Lótus presta serviços de leitura de hidrômetros e de desligamento e religamento de água. Ela uma das empresas investigadas e denunciadas pelo Ministério Público (MP) em fraudes em licitações na Sanasa. José Carlos Cepera, seu proprietário, foi denunciado em setembro de 2010 por fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Vicente destacou que essas denúncias também envolvem a Sabesp, o Metrô e o próprio Ministério Público; mas deixou claro que conhece e respeita o trabalho dessas empresas e da instituição.

Vicente é mais uma testemunha a afirmar a inocência de Demétrio. Ele informou que foi convidado a depor no MP e, posteriormente, teve acesso ao processo. No seu entender, não há nada nos autos que tenha força para sustentar a acusação. “Não há provas que alterem minha compreensão sobre a idoneidade do Demétrio”, afirmou. A própria maneira como seu nome foi incluído nas denúncias é controversa. Na primeira delação o nome do Demétrio não aparece. “No segundo depoimento de Aquino (ex-presidente da Sanasa que fez as delações ao MP) ele diz que ouviu do filho que ouviu do pai que teria acontecido algo. No meu entender há excesso, pois não há prova concretas contra ele”, reafirmou Vicente.

No final da sessão, o vereador Terrazan (PSDB) reiterou pela terceira vez sua indignação com a decisão de poder investigar apenas a Sanasa. Em seu requerimento, que levou à instalação da CP, Terrazan pedia também que se investigasse a Ceasa, mas o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Rubens Rihl, determinou que as investigações ficassem restritas à Sanasa.

Na próxima segunda-feira (28/11) estão previstos os depoimentos das seguintes testemunhas: Antônio Carlos Spis – ex-coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP); Guilherme Campos Filho – deputado federal (PSD) e ex-vice-prefeito no primeiro mandato do governo Hélio; Mohamed Habib – pró-reitor da Unicamp; Wagner Luiz Constatino de Lima – secretário-geral da Fundação Petrobras de Seguridade Social; Carlos Zarattini (Deputado Federal -PT); Antônio Aparecido Carrara – diretor da FUP e João Antônio de Moraes – coordenador da FUP

De Campinas,
Agildo Nogueira Junior, com foto da Assessoria de Imprensa da Câmara