Sem categoria

Maria do Rosário diz que torturados têm o direito de ir à Justiça

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, disse nesta segunda-feira (28) que civis e militares que participaram de tortura, desaparecimento e morte na ditadura militar devem ficar "atentos e contribuir para que a verdade venha à tona". Ela declarou que o Estado não impedirá que vítimas de violação de direitos humanos busquem seus direitos na Justiça.

"A Lei da Anistia está em vigor, mas ainda assim há segmentos que perderam pessoas, que foram torturadas, que foram marcadas pela ditadura e que acreditam que devem procurar a Justiça. E eles têm esse direito de reivindicar esse caminho". As declarações foram feitas durante solenidade na Assembleia Legislativa do Rio, onde a ministra foi homenageada com a Medalha Tiradentes — principal comenda do estado do Rio de Janeiro.

Questionada sobre as manifestações de entidades de militares da reserva contrários ao funcionamento da Comissão da Verdade, Maria do Rosário explicou que o objetivo das investigações "não é jurisdicional" — não haverá julgamento ou punição de agentes do Estado.

"O objetivo da Comissão da Verdade é constituir o fortalecimento da democracia no Brasil, indicando as circunstâncias e os fatos de graves violações de direitos humanos no período entre 1946 e 1988".

Comissão

A lei que cria a Comissão da Verdade foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff no último dia 18. Durante a solenidade, integrantes da mesa composta para homenagear a ministra também apoiaram a criação da comissão. A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ), Margarida Pressburger, e o desembargador Sérgio Verani chegaram a lamentar o fato de o Supremo Tribunal Federal ter negado, em abril de 2010, um pedido de revisão da Lei da Anistia feito pela OAB nacional.

Informações do Estadão