Lula Morais anuncia processos contra as revistas Veja e Época

O deputado Lula Morais (PCdoB) informou, na sessão plenária desta quarta-feira (30/11) da Assembleia Legislativa, que o PCdoB nacional protocolou, ontem, três ações contra as organizações Globo e a Editora Abril, responsáveis pela publicação das revistas Época e Veja, respectivamente. Segundo o parlamentar, são caluniosas as matérias dos dois veículos sobre o comunista e ex-ministro do Esporte, Orlando Silva.

Os processos estão na Vara Cível Especial de Brasília. Dois tratam de indenizações e dirigem-se às empresas, enquanto a outra ação é penal e cita os nomes dos jornalistas envolvidos na feitura da reportagem. Lula argumenta que o direito de resposta não foi assegurado nem ao partido nem ao governista, conforme prevê a Constituição Federal de 1988. Silva é acusado de envolvimento em esquema de desvio de verbas, por meio de convênios com organizações não governamentais.

Cinco matérias são citadas. Três foram publicadas na revista Veja em 19 de outubro, 26 de outubro e 2 de novembro intituladas “O ministro recebia dinheiro na garagem”, “A coisa fugiu ao controle” e “Escândalo latente”, respectivamente. No mesmo período, a Época divulgou duas reportagens: “Comunismo de resultados” e “Pcdobolso”.

Da Editora Abril, o PCdoB reivindica o pagamento de 3.000 salários mínimos. Das organizações Globo, 2.000 salários mínimos. “Tomamos essa atitude atendendo a um clamor da militância, que se sentiu ultrajada e caluniada. As calúnias comprovaram o que o PCdoB já colocou como pauta prioritária: a necessidade de regulamentação dos meios de comunicação. As revistas não têm provas nem fontes, mas repetem a falácia”, criticou.

Lula Morais afirmou que a Veja já foi condenada a pagar 400 salários mínimos por protagonizar episódio similar em Pernambuco. “Buscamos a verdade de fato. E não podemos passar incólumes a essas calúnias. Querem enlamear nossa honra e nossa história, mas não vamos permitir que isso aconteça”, frisou.

Em aparte, o líder do PSDB na Casa, deputado Fernando Hugo, questionou o porquê de o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) não ter tocado os trabalhos da CPI das ONGs, no Congresso Nacional.

“Vossa Excelência rasga revista e toca fogo no mundo e o ministro termina saindo. Mas o PCdoB mantém o mesmo discurso. O Aldo Rebelo assumiu (no lugar de Orlando) e suspendeu todos os contratos com ONGs. É sinal de que tinha um cheiro esquisito”, atacou.

Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa