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Deserto no Arizona é corredor da morte para indocumentados

Os 193 cadáveres encontrados no ano de 2011 no deserto do Sonora, situado no estado americano do Arizona, confirmam esse local como um corredor da morte para os que emigram aos Estados Unidos sem documentos.

A zona desértica converteu-se em um cemitério de emigrantes anônimos, já que sete de cada 10 cadáveres localizados nunca são identificados.

Por cada cadáver encontrado, existem muitos outros desaparecidos no vasto deserto que se estende 400 quilômetros a oeste e 100 quilômetros de norte a sul e no qual, no verão as temperaturas atingem os 50 graus centígrados, estimou Andrés Adame, porta-voz da Patrulha de Fronteira.

No período de 1 de outubro de 2010 a 30 de setembro de 2011, a Patrulha de Fronteira resgatou 514 pessoas nesse setor, destacou o jornal californiano La Opinión.

Ainda que o número de mortes de imigrantes que cruzam os Estados Unidos pelo deserto do Sonora tenha caido nos últimos dois anos, as autoridades temem que este ano possa ser mais mortífero.

Nos primeiros quatro meses do ano fiscal de 2012 foram resgatados 126 emigrantes, 180% a mais do que no mesmo período do ano anterior, ressaltou a publicação.

O número de resgates está muito alto e ainda não começou a temporada de calor que inicia-se em maio, mencionou um agente fronteiriço.

Se chegar maio e ainda tivermos um grande número de resgates, significa que haverá mais mortes, alertou.

A Patrulha da Fronteira iniciou uma campanha chamada Fronteira Segura, que busca, através dos meios de comunicação , fazer chegar às comunidades de Los Angeles, Phoenix, Seattle, Chicago e Atlanta, os cinco principais destinos dos emigrantes que cruzam pelo chamado "corredor da morte".

Muitos "gatos" ou "coiotes" sequestram os emigrantes e mantêm-nos por meses em "casas de segurança" na espera de que seus familiares no México ou nos Estados Unidos paguem um resgate, indicou o jornal.

Não sei por que dizem "casas de segurança", pois se tratam de casas de terror, onde encontramos os emigrantes amarrados, nus e todos juntos em um quarto, onde são abusados fisicamente mantidos assim por meses, advertiu Adame.

Fonte: Prensa Latina