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Ananias manifesta repúdio às declarações do secretário da Fifa

 As declarações do Secretário Geral da Fifa, Jérôme Valcke, feitas na última sexta-feira (2), repercutiram na Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta segunda-feira (5). O deputado João Ananias (PCdoB-CE) fez discurso inflamado, manifestando “o meu mais veemente repúdio diante das palavras do Secretário da Fifa: ‘os organizadores do Mundial do Brasil deveriam levar um chute no traseiro para acelerar as obras dos estádios e de infraestrutura’”.

“Não podemos aceitar isso! Fere a cidadania nacional e as questões de governo. Fere o Parlamento”, disse o deputado, destacando que “nosso Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, já pediu para trocarem o interlocutor, para procurarem outro, inclusive também repudiou suas palavras. Mas acho que os Governadores, que a Presidente Dilma, que o Brasil, que se impôs pela sua coerência na política internacional e pela sua altivez, não podem aceitar o achincalhe de um indivíduo desses”, afirmou.

Para Ananias, que luta contra a decisão da Fifa de querer liberar a venda de bebida alcóolica nos estádios durante os jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, “essas declarações desatinadas representam um profundo desrespeito ao Brasil, com toda a história do seu futebol no mundo. Essas estúpidas palavras configuram uma agressão desnecessária aos dirigentes do nosso País, um desrespeito ao nosso País”.

Debate democrático

Ananias também criticou a cobrança de Valcke ao Parlamento brasileiro, ao afirmar que “o grande problema que temos no Brasil é que quase nada avança. Há debates sem fim sobre a Lei Geral da Copa. Teríamos de ter recebido esse documento assinado em 2007 e estamos em 2012”.

“A desorientada análise também colide com a autonomia do Parlamento Brasileiro. A Lei da Copa está tramitando aqui e sendo democraticamente debatida e discutida diante das inúmeras exigências da Fifa, como a volta da venda de bebidas nos estádios. Nós estamos inclusive contestando isso, e ele está reclamando que não chegou lá ainda”, enfatiza Ananias.

E acusa a Fifa de querer impor sua vontade na elaboração da Lei da Copa, “para poder tirar o lucro que ela quer, para poder fazer a Copa do jeito que ela quer, sem levar em consideração as inúmeras discrepâncias existentes num País continental como o nosso, com as dificuldades que ainda temos”.

Ele garante que “está tudo correndo direitinho, como no meu Estado, o Ceará, que, apesar de ser um Estado pobre, está com todas as iniciativas e procedimentos em curso. Vamos concluir em tempo, como serão concluídos em todo o Brasil”, assegurou.

De Brasília
Márcia Xavier