Fifa: João Ananias repudia declarações do secretário geral
As declarações feitas pelo secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, no último dia 2, além de profundo desrespeito ao Brasil, configuram numa agressão desnecessária aos organizadores do evento nos estados, aos governadores, prefeitos e o próprio governo federal. Foi o que disse o deputado federal João Ananias (PCdoB) nesta segunda-feira, 5, no Plenário da Câmara.
Publicado 06/03/2012 09:02 | Editado 04/03/2020 16:30
Valcke afirmou que os organizadores do mundial do Brasil deveriam levar “um chute no traseiro” para acelerar as obras dos estádios e de infraestrutura. João Ananias ressaltou ainda que concorda com o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, que propõe novo interlocutor. “Acho que o governo brasileiro precisa ser mais enérgico nesse caso e no mínimo, exigir explicações formais por parte da FIFA”, destacou. Leia a seguir o discurso na íntegra:
Merece nosso veemente repúdio as últimas declarações que o Secretario Geral da Fifa, Jérôme Valcke, fez no último dia 2 de Março, referindo-se ao nosso País, ao afirmar que “os organizadores do Mundial do Brasil, deveriam levar um chute no traseiro para acelerar as obras dos estádios e de infraestrutura”.
Além de profundo desrespeito ao Brasil, com toda sua história no futebol mundial, essas estúpidas palavras se configuram numa agressão desnecessária aos organizadores do evento nos Estados, Governadores, Prefeitos e o próprio Governo Federal.
O que pensa que é o tal secretario da Fifa? Comportando-se como “torcedor da várzea”, desconsidera a soberania brasileira. Já havia me pronunciado outras vezes em relação ao comportamento da Fifa e sua descabida interferência em questões de Governo no Brasil. Suas intermináveis exigências que às vezes chocam-se com nossa Legislação vigente, como na proposta de venda de bebidas alcoólicas nos estádios, incluídas na Lei Geral da Copa em tramitação na Câmara Federal.
Sr Presidente, Sras. e Srs. Deputados, também fomos alvos dos comentários estabanados desse “soberano” da FIFA, quando o mesmo afirmou que “o grande problema que temos no Brasil é que quase nada avança. Há debates sem fim sobre a Lei Geral da Copa. Teríamos de ter recebido esse documento assinado em 2007 e estamos em 2012”. Esta sua desorientada análise também colide com a autonomia do Parlamento Brasileiro.
Concordo com o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, que propõe novo interlocutor. Porém, acho que o Governo Brasileiro, que se impõe sempre pelas posições lúcidas e coerentes, precisa ser mais enérgico nesse caso e no mínimo, exigir explicações formais por parte da Fifa. Afinal de contas, ela não está a fazer favor ao País do Futebol, para sediarmos a Copa de 2014.
Era só Sr Presidente