Piauí comemora 189 anos da Batalha do Jenipapo

No local, piauienses e cearenses enfrentaram o exército português

Piauí - Paulo Barros
O Governo do Piauí vai comemorar, na tarde da próxima terça-feira(13), em Campo Maior, os 189 anos da Batalha do Jenipapo, a mais sangrenta das batalhas travadas pela Independência do Brasil. De 200 a 400 piauienses e cearenses perderam a vida e mais de 500 foram feitos prisioneiros pelas tropas portuguesas comandadas pelo major João José da Cunha Fidié.

A Batalha do Jenipapo, que ganhou este nome por ter acontecido às margens do rio Jenipapo, nas imediações da cidade de Campo Maior, a 82 quilômetros ao Norte de Teresina, foi consequência do movimento pela independência brasileira. A adesão do Piauí à causa foi oficializada no dia 24 de janeiro de 1823, com a proclamação feita pelo brigadeiro Manoel de Sousa Martins, em Oeiras, capital da província.

A adesão do Piauí à Independência do Brasil alcançou Fidié em Parnaíba onde, em outubro de 1822, Simplício Dias da Silva havia declarado a independência da vila. Fidié, com uma tropa de cerca de 1.500 homens, saiu de Oeiras para Parnaíba, para sufocar o movimento dos revoltosos.

Ao chegar a Parnaíba, o comandante português encontrou uma Parnaíba tranquila. Simplício Dias da Silva e seus aliados haviam se recolhido na cidade de Granja, no Ceará, onde permaneceram até o retorno de Fidié.

João José da Cunha Fidié, ao ser informado dos acontecimentos da capital, resolveu retornar com seu exército para Oeiras. No dia 22 de janeiro de 1823, Leonardo Castelo Branco proclama a adesão de Piracuruca à Independência e uma coluna portuguesa que precedia à chegada do comandante foi recebida a tiros ao chegar à Lagoa do Jacaré, a 20 quilômetros da cidade.

Com reforços do Maranhão, Fidié chegou à margem do Jenipapo com quase 2 mil homens e 11 peças de artilharia. Na outra margem, estavam cerca de 1.500 piauienses e cearenses, sem qualquer preparo militar e armados apenas de foices, facões e velhas espingardas. A batalha começou às 9 horas e durou até às 14.

Fidié saiu vencedor, mas com suas tropas e armamentos avariados, sem condições de prosseguir a luta. Por isso, ao invés de seguir para Oeiras e tentar retomar o poder, o comandante português atravessou o rio Parnaíba e seguiu para Caxias, no Maranhão. Lá foi cercado por um exército de seis mil homens, dos quais 3 mil piauienses. Preso, foi levado para Oeiras e de lá para o Rio de Janeiro.

Para homenagear os heróis piauienses mortos, o Governo do Estado construiu, em 1973, à margem da BR 343, um monumento ao lado do cemitério onde estão sepultados. A data é comemorada anualmente.