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Em reunião com centrais, Dilma discutirá bandeiras da categoria

Os dirigentes das centrais sindicais (CTB, CGTB, UGT, Força Sindical, Nova Central e CUT) se reunirão com a presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira (14). Na ocasião, os representantes dos trabalhadores prometem cobrar da chefe de Estado maior empenho no atendimento das demandas dos movimentos sociais.

Da Redação do Vermelho, Joanne Mota

Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), disse ao Vermelho que dentre os assuntos a serem discutidos destacam-se o debate sobre conjuntura econômica e política e o reforço da defesa das bandeiras unitárias do sindicalismo nacional aprovadas pela Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), que reuniu cerca de 30 mil lideranças sindicais no estádio do Pacaembu em 1º de junho de 2010.

“Desde o encontro do Pacaembu as centrais estão juntas em favor de uma pauta comum, a qual norteará a reunião desta quarta com a presidente”, afirmou Wagner.

“Bandeiras como a redução da jornada de trabalho para 40 horas, terceirização, fim do fator previdenciário e a redução dos juros serão reforçadas nesse encontro. O objetivo é priorizar estes pontos e garantir o apoio da presidente Dilma, junto ao Congresso, na aprovação de projetos que estão em tramitação”, elucida.

Wagner Gomes também informou que outro ponto de discussão será a atual política econômica, especialmente sobre o processo de desisdustralização e curso no país. As centrais estão unidas e preparando uma agenda de ação para levar o debate para a sociedade e com isso forçar o diálogo com o governo sobre esta discussão.

Ricardo Patah, presidente da União Geral os Trabalhadores (UGT), disse que além destas bandeiras as centrais irão problematizar os níveis de desenvolvimento do país. “Além das questões macro, as centrais também inquirirão a presidente sobre nossos atuais indicadores. Somos a 6ª economia do mundo, mas o que esta classificação está agregando ao nosso desenvolvimento, como isso se reflete em níveis como educação, distribuição de renda e saúde?”, questiona o dirigente.

Ação conjunta

Em reunião realizada nesta segunda-feira (12), no Palácio dos Metalúrgicos, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, as centrais sindicais (CTB, CGTB, UGT, Força Sindical e Nova Central), a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) definiram agenda de luta entre março e abril, na qual os trabalhadores e o setor produtivo tomarão as ruas de alguns estados para debater com a sociedade a grave situação da indústria e suas consequências para o desenvolvimento da nação.

Wagner Gomes disse ao Vermelho que na reunião desta segunda-feira (12) ficou definido que a primeira manifestação ocorrerá no Rio Grande do Sul no dia 26, depois será em Santa Catarina (23), Curitiba no dia 3 de abril e em São Paulo a manifestação ocorrerá no dia 4. Ele acrescentou que outros estados ainda estão fechando seu calendário.

Ricardo Patah falou que a reunião desta segunda-feira foi bastante produtiva e que a parceria das centrais com o setor produtivo para combater a desindustrialização tem demonstrado equilíbrio. “Com certeza no próximo dia 4 São Paulo será tomada por milhares de trabalhadores. Juntos, levaremos o debate à sociedade e deixaremos claro que questões como inclusão social e indústria forte são compromissos de todos”, reforça o dirigente.

“Precisamos lutar contra o desprestígio dado à nossa produção, a nossa indústria. Importamos mais do que produzimos e isso não chega nem perto de uma ideia de projeto nacional. Queremos somar força à presidente que tem como meta construir um Brasil sem miséria. Então, acreditamos que para se construir um Brasil forte, é preciso também ter uma indústria forte e um trabalhador valorizado”, acrescenta Patah.

Pontos da reunião

• Mudanças na política econômica – reduzir os juros e conquistar o desenvolvimento com valorização do trabalho, distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno;
• Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários;
• Fim do fator previdenciário;
• Regulamentação da terceirização para garantir os direitos dos trabalhadores;
• Ratificação da Convenção 158 da OIT para combater a rotatividade da mão de obra;
• Regulamentação da Convenção 151 da OIT, pelo direito de organização e negociação coletiva dos servidores públicos;
• Reforma agrária e fortalecimento da agricultura familiar;
• Reforma urbana;
• 10% do pré-sal para educação;
• Pela democratização da mídia;
• Valorização das aposentadorias;
• Defesa da soberania e autodeterminação dos povos.