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Dilma destaca igualdade de oportunidades em homenagem às mulheres

“Duas palavras são caras para o nosso governo e foram para o governo Lula: Igualdade de oportunidades. São palavras-chave desse novo milênio, não só para as mulheres, mas para todos os brasileiros. Só seremos uma nação desenvolvida se isso ocorrer”. Com essas palavras a presidente Dilma Rousseff agradeceu a homenagem recebida do Parlamento, nesta terça-feira (23).

Dilma destaca igualdade de oportunidades em homenagem às mulheres - Agência Senado

A presidente recebeu o prêmio Bertha Lutz, do Senado, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Ela cumprimentou as demais homenageadas com quem compartilhou o prêmio, citando uma a uma – Maria do Carmo Ribeiro, viúva do dirigente comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990); a primeira senadora brasileira, Eunice Michiles; a representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rosali Scalabrin; e a professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia Ana Alice Alcântara da Costa.

Ela lembrou que o direito de exercer papel relevante na sociedade sempre custou muitos sacrifícios às mulheres e que elas ainda têm muito a avançar na luta pela igualdade. Mas a Presidente reservou longo espaço de sua fala anunciando as conquistas, citando os vários programas que vêm sendo desenvolvidos para reduzir a desigualdade de gênero e social.

“O Brasil acaba de atingir menor nível de desigualdades nos últimos anos. A pobreza diminui mais de 7% e podemos nos orgulhar, porque isso foi feito contra a tendência internacional de aumentar desigualdades, seja entre os países desenvolvidos ou emergentes”, afirmou.

“Reconhecer as atividades delas (homenageadas) mostra que ainda existem diferenças e necessidade de luta contras as desigualdades”, afirmou a presidente Dilma, parabenizando a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que coordena a premiação.

Respondendo à gafe

A presidente Dilma iniciou o discurso respondendo à gafe da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que representou a bancada feminina na Câmara. Em seu discurso, a deputada pediu ao vice-presidente Michel Temer para “cuidar” da presidente da República. Dilma disse que ela cuidaria do vice-presidente.

Na solenidade, presidida pelo senador José Sarney (PMDB-AP), vários parlamentares discursaram. A ênfase de todos os discursos foi as conquistas e os desafios das mulheres. A vice-presidente da Câmara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), e a senadora Vanessa Grazziotin fizeram referência à desigualdade salarial, sem citar a lei que deveria ser sancionada pela presidente da República durante a solenidade e foi barrada por um grupo de senadores.

Para Maria Ribeiro Prestes (foto), a homenagem é importante como reconhecimento da trajetória da vida pública dela e do companheiro de 40 anos, o líder comunista Luiz Carlos Prestes. Ela diz também que ajuda na atividade de resgatar a história desse homem que viveu na clandestinidade durante 60 anos no Brasil.

“A premiação resgata isso (a luta de Prestes e dela própria) e eu continuo na linha de combate, debatendo os problemas do Brasil em todos os locais onde sou chamada, nas escolas, nas associações, nos municípios. Para mim é gratificante participar e discutir, porque a discussão nos alimenta, nos faz evoluir e ajuda a encontrar solução para os problemas”, afirmou Maria.

“Rompe barreiras, quebra tabus”

Na primeira parte da solenidade, falaram os presidentes da Câmara e do Senado – deputado Marco Maia (PT-RS) e Sarney; as vice-presidentes das duas Casas – deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) e Marta Suplicy (PT-SP); a deputada Benedita da Silva, representando a bancada feminina na Câmara, e a coordenadora do prêmio, senadora Vanessa Grazziotin.

Vanessa Grazziotin destacou a importância do Brasil ter uma presidente mulher. “Isso rompe barreira, quebra tabus e é isso o que precisamos para que a mulher não receba 30% menos que o homem”, em referência ao projeto de lei que multa as empresas que pagam às mulheres salários menores do que os atribuídos aos homens pela mesma atividade.

“Queremos ocupar espaço da mulher ao lado do homem para construir uma sociedade melhor”, resumiu a senadora. Foi ela quem presidiu a sessão na segunda parte da solenidade após a saída da presidente Dilma. Ela revezou o lugar com a líder do PCdoB na Câmara, deputada Luciana Santos (PE).

Em seu discurso, Luciana Santos, que também é vice-presidente do PCdoB, disse que seu partido tem, proporcionalmente, a maior bancada feminina do Congresso: “Dos 14 deputados, somos seis deputadas federais, o que revela a disposição e a vontade política de ampliar os espaços de poder para as mulheres”.

“Isso revela as possibilidades da afirmação da mulher, como referência, para dar perspectiva à luta das mulheres”, disse a parlamentar, defendendo “políticas públicas arrojadas e uma reforma política eleitoral à altura do desafio e do momento dos espaços que a mulher exerce na sociedade” para garantir “que a participação política da mulher reflita a participação real que tem na sociedade brasileira”.

 De Brasília
Márcia Xavier