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Ex-militar guatemalteco envolvido em massacre é condenado

Com a pena de 6.060 anos de prisão ditada ao ex-militar guatemalteco Pedro Pimentel, encerrou-se nesta terça-feira (13) o julgamento pela matança perpetrada em 1982 em uma comunidade indígena.

As três juízas encarregadas em um tribunal de maior risco desconsideraram a declaração de inocência do acusado e sua defesa, ao confirmar que as provas apresentadas pela promotoria e depoimentos de testemunhas sobre sua participação nos fatos eram suficientes.

Sua sentença foi de 30 anos por cada um dos 201 camponeses massacrados entre 6 e 8 de dezembro de 1982 no povoado de Dos Erres, no departamento de Petén, e outros 30 por delitos contra a humanidade.

No entanto, tecnicamente a pena para o ex-integrante dos kaibiles, forças de elite do exército da Guatemala, é de 50 anos por ser essa a máxima permitida no Código Penal.

O massacre de Dos Erres foi um dos mais conhecidos genocídios entre dezenas cometidos por efetivos castrenses durante o conflito armado interno (1960-1996).

Este ocorreu durante o mandato de facto de Efraín Rios Montt (1982-1983), submetido agora a processo judicial por genocídio.

Familiares de muitas das vítimas narraram ante o tribunal detalhes dos crimes cometidos por uma tropa à qual pertencia Pimentel depois de penetrar na comunidade indígena.

De acordo com relatórios jornalísticos, uma das declarações esteve repleta de momentos de muita emoção, pelo maneira como as testemunhas descreveram os assassinatos de seus parentes.

Entre as vítimas foram muitas as crianças assassinadas pelos militares durante sua incursão, como parte da política oficial de terra arrasada para acabar com a guerrilha e suas bases de apoio.

Análise forenses de restos exumados de um poço onde foram lançados os mortos demonstraram como os primeiros, no fundo, eram menores de idade assassinados a pancadas, e em cima deles estavam os corpos dos adultos assassinados a tiros.

Pouco antes de escutar a sentença, Pimentel declarou-se inocente por não ter estado durante aqueles dias no lugar, já que se encontrava nesta capital incorporado à Guarda de Honra militar.

O outrora instrutor na escola dos kaibiles foi extraditado dos Estados Unidos no ano passado para ser julgado por assassinato e crimes contra a humanidade.

Idênticos cargos enfrentaram outros quatro ex-kaibiles em 2011 pelos crimes em Dos Erres, quem também receberam penas consideradas históricas nesta nação por se tratar do primeiro processo contra militares acusados de tais ações.

Fonte: Prensa Latina