Encontro de Artesãos debate alternativas para o setor na Bahia

Cerca de 300 artesãos, de 25 municípios, participaram do V Encontro de Artesãos da Bahia, realizado nesta quarta-feira (21/3), na Fundação Luís Eduardo Magalhães, em Salvador. “O Encontro tem o objetivo de homenagear o artesão pelo seu dia, 19 de março, e abrir um espaço de diálogo e interação para ouvir demandas e construir, de forma democrática, uma nova política de intervenção e fomento ao setor”, pontuou a diretora geral do Instituto Mauá, Emília Almeida.

O Instituto promove o Encontro anualmente, desde 2008, fruto de parceria com o Sebrae/BA. “É muito importante, porque ficamos conhecidos e divulgamos nosso trabalho. Esse Encontro é um tipo de propaganda do nosso produto”, afirmou a artesã Maria do Carmo, rendeira de Saubara, que discursou em nome dos artesãos presentes.

Dedicada ao ofício desde os sete anos, Maria do Carmo conta que sempre viveu do artesanato, cuja renda era complementada com a atividade de marisqueira, típica da região. “A diferença foi o Mauá, que abriu as portas pra gente, começou a comercializar nossos produtos e as nos valorizar. Porque se a gente faz a mercadoria e não tem venda, perde o estímulo. Mas quando o comprador é certo, faz a diferença na vida da gente”, destacou a artesã.

Fomento ao artesanato

A comercialização é uma das principais vertentes de atuação do Instituto Mauá, órgão oficial de gestão do setor, aliada às ações de qualificação, resgate e preservação da atividade artesanal. Em Saubara, por exemplo, terra de Maria do Carmo, apenas 10 artesãs se dedicavam à renda até o Mauá começar a atuar e ampliar este número para 86. “O Instituto é o motivador, com capacitações para que o artesão melhore a qualidade dos seus produtos e para que possa fazer da sua arte também o seu sustento. Então, o Mauá tem a obrigação, a cada trabalho de fomento, de aquisição das peças para servir de vitrine, divulgando e fazendo com que o artesão possa abrir um leque maior para a revenda de seus produtos”, enfatizou Emília Almeida.

A diretora do Mauá também destacou o lançamento do Programa de Certificação do Artesanato Baiano – Selo “A Bahia Feira à Mão”, e convocou os artesãos a se inscreverem. Concebido pelo Instituto em parceria com o Programa do Artesanato Brasileiro, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Selo visa diferenciar o produto artesanal baiano e protegê-lo de falsificações. “Com isso, a gente coloca em evidência o que, de fato, a Bahia tem, validando, através do Selo, que o produto é feito à mão e originário da Bahia”, concluiu Emília.

As inscrições seguem até o dia 11 de abril, na própria sede do Mauá, na Barra, das 8h30 às 12h e das 14h às 17h30. É preciso ser cadastrado no Instituto e estar com a Carteira do Artesão validada.

Valorização do artesão

O V Encontro de Artesãos ainda contou com palestras sobre design associado ao produto artesanal, relatos de casos de sucesso de intervenção em associações de artesanato em todo Estado, apresentação de chorinho, fanfarra e de grupo teatral. “O Mauá tem sido, realmente, um grande parceiro. Se, hoje, nós participamos de feiras nacionais e temos nossos clientes em potencial, é graças ao apoio do Instituto. Então, eu avalio esse Encontro com grande felicidade; proporcionar um dia dedicado aos artesãos com palestras fantásticas, muito aprendizado e que nos valoriza, aumenta nosso ego, nos faz sentir empreendedores e importantes para a comunidade, sabendo que estamos contribuindo com uma boa fatia da economia e gerando renda”, comemorou a artesã Verônica Lemos, da Associação Cultuarte, que reúne 30 artesãos de Salvador.

Também participaram do Encontro o Secretário Estadual do Trabalho, Nilton Vasconcelos; o diretor de Economia Criativa da Secretaria Estadual de Cultura, Luciano Damasceno; e a coordenadora regional do Sebrae/BA, Virgínia Guimarães. “O artesanato vem se desenvolvendo com força no Brasil todo, e a realização de um evento como esse é uma demonstração de que nós queremos construir uma política pública também com a participação dos artesãos. É a busca do aprimoramento e da aproximação, cada vez maior, do Instituto Mauá e das suas políticas de atuação junto ao seu público-alvo”, arrematou Nilton Vasconcelos.

Fonte: Ascom do Instituto Mauá.