Sem categoria

Obstrução adia votação da Lei Geral da Copa

A votação da Lei Geral da Copa, iniciada na quarta-feira (21) na Câmara dos Deputados, foi mais uma vez adiada. Muitos partidos da base governista, destacadamente o PMDB, se somaram à oposição e entraram em obstrução logo ao votar o primeiro requerimento oposicionista que pedia a retirada de pauta da Lei Geral da Copa. Com a obstrução, não se conseguiu quórum suficiente para a votação do requerimento, o que levou o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), a encerrar a sessão.

Para que a sessão prosseguisse eram necessários que, no mínimo, 257 deputados registrassem seus votos no painel eletrônico de votação. No entanto, com a obstrução, apenas 155 deputados votaram o requerimento. Participaram da obstrução à votação PMDB, DEM, PR, PTB, PDT, PSD, PPS e PSC. As bancadas do PCdoB, PT e PSB mantiveram-se ao lado do governo e não participaram da solerte manobra da obstrução.

A obstrução ocorreu principalmente porque esses partidos querem atrelar a votação da Lei Geral da Copa à votação do novo Código Florestal. Chamou a atenção o comportamento agressivo de deputados direitistas identificados com o que há de mais reacionário no campo, como o goiano Ronaldo Caiado (DEM), antigo líder da União Democrática Ruralista (UDR), contumaz no ataque à reforma agrária e aos trabalhadores rurais.

Os partidos em obstrução, numa atitude de franca sabotagem às ações do governo em prol da realização da Copa do Mundo de 2014 no país, exigem que Marco Maia marque a data para a votação do Código Florestal e se comprometa a colocá-lo em votação na data marcada para que eles possam então votar a Lei da Copa.

O código já foi aprovado na Câmara e emendado no Senado, a partir de um consenso promovido pelo governo. Tal como foi remetido de volta à Câmara, é uma proposta equilibrada, que está sendo bombardeada por interesses oportunistas, que estão fabricando impasses para chantagear o governo da presidente Dilma.

Também deputados da Frente Parlamentar Evangélica entraram em obstrução por serem contrários à liberação da venda de bebidas alcoólicas, nos estádios, durante os jogos da Copa. “Temos mais de 100 deputados que são contrários à liberação da bebida nos estádios. São parlamentares de vários partidos. Queremos uma Copa sem álcool. O que o governo está propondo com a liberação da bebida contraria tudo que está sendo feito contra o uso de bebidas”, disse o presidente da frente, deputado João Campos (PSDB-GO).

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), tentou minimizar os problemas. Disse que o adiamento da votação não foi uma derrota do governo. Ele informou que liberou os partidos da base para votar contrário ao requerimento de retirada de pauta ou então obstruírem a votação. “Os líderes [da base] que obstruíram a votação vieram falar comigo para que tivessem um tempo maior em suas bancadas, não por causa da Lei Geral da Copa, mas porque o tema Código Florestal ainda não está plenamente resolvido em suas bancadas”.

Chianglia disse que vai procurar o diálogo com os partidos da base e também com a oposição para verificar se será possível “alguma aproximação” em relação ao mérito do Código Florestal para a votação. Segundo ele, quando foi produzido o acordo no Senado, em torno do mérito para a aprovação do Código Florestal, era para ele ter sido votado imediatamente na Câmara, “porque tinha sido acordado, inclusive com a participação de muitos deputados”.

“Vamos tranquilamente dialogando até o presidente Marco Maia marcar a data de votação. Definir data não é suficiente, muito melhor é discutir o mérito do código. Pretendemos começar o debate pelo conteúdo. Vamos dialogar com a base e com a oposição, a partir do mérito. Quem sabe aconteça uma aproximação, hoje não está à vista. Se não houver, em algum momento vai a voto, naturalmente”, disse Chinaglia.

Da Redação, com informações da Agência Brasil