Osmar Júnior participa de sessão solene em homenagem ao PCdoB

O presidente do Senado, José Sarney, abriu a sessão destacando o trabalho dos militantes comunistas que morreram “lutando por um Brasil melhor e acreditando no futuro da humanidade”.

Sessão Senado - Paulo Sérgio Vasco
Começou pouco depois das 17h a sessão solene destinada a comemorar os 90 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). O requerimento para a homenagem é do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) e do deputado Osmar Júnior (PCdoB-PI).

O presidente do Senado, José Sarney, abriu a sessão destacando o trabalho dos militantes comunistas que morreram “lutando por um Brasil melhor e acreditando no futuro da humanidade”. Sarney saudou os 90 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), reverenciando a memória dos antigos integrantes da legenda “que desapareceram e tiveram um grande ideal” e de outras lideranças que, no presente, mantêm as mesmas ideias em favor “da melhoria do país e do futuro da humanidade”.

No discurso, Sarney ressaltou o momento histórico em que assumiu a Presidência da República, quando o PCdoB foi reabilitado na vida política nacional. Ele explicou que, ao substituir Tancredo Neves no comando do país, a primeira coisa que fez para se legitimar diante da nação foi mostrar que havia espaço para todas as correntes ideológicas no Brasil.

– Recebi no [Palácio do] Planalto a bancada de 11 deputados. A presença das lideranças comunistas era mais forte que qualquer medida legal. Encerramos com uma fotografia a questão da legalização dos partidos clandestinos, objeto de grande reação – afirmou.
Sarney disse que até hoje mantém uma longa admiração pelos ideais comunistas, pois neles identifica “uma idéia generosa de igualdade entre os homens que se aproxima da justiça social, uma idéia que tem capacidade de abrir corações”.

– A história do PCdoB é longa, rica de valores, sacrifícios, heroísmos – afirmou.
Além de Sarney, compuseram a Mesa a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), que co-presidiu a sessão; o presidente do PCdoB, Renato Rabelo; o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE); o deputado Osmar Júnior (PCdoB-PI), primeiro signatário para a realização da homenagem; a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM); a líder do partido na Câmara, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE); a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti; o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo; e o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão.

História e compromissos

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) fez um relato da história do partido, recordando que foi na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o deputado Aldo Rebelo, no comando da Câmara dos Deputados, assumiu a presidência da República interinamente, sendo o primeiro comunista na historia do país a ocupar o cargo.
Na avaliação de Ideli Salvatti, o Brasil tem muitos compromissos com a militância do PCdoB, sendo o principal deles a localização dos corpos dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia, na década de 1970.

Já a senadora Ana Amélia (PP-RS) reiterou que foi Sarney quem recebeu os lideres comunistas, em 1985, em ato simbólico no Palácio do Planalto, quando anunciou que todos os partidos proscritos estavam legalizados a partir daquele momento. A medida, segundo ela, encerrou um período difícil da vida nacional e serviu para consolidar a redemocratização.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rebelo, lembrou a luta dos militantes pelos princípios socialistas e a presença do partido em diversos momentos importantes da história da República. Ele também destacou o papel do partido para a coalizão que sustenta o governo federal desde 2003.
Também presente à homenagem, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), agradeceu aos militantes do PCdoB a solidariedade prestada em muitos momentos históricos ao seu partido. Segundo ele, poucas agremiações no mundo têm, como o PCdoB, uma “história marcada por vitórias e dor”, na qual o interesse nacional sempre foi prioridade.

Com informações da Agência Senado