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Começa na Turquia reunião de inimigos da Síria

A Turquia recebe neste domingo (1º) a segunda reunião dos chamados Amigos da Síria – 70 países árabes e ocidentais, assim como organizações empenhadas em aumentar as pressões para forçar a saída do presidente Bashar Assad. Na verdade trata-se de um encontro de inimigos da nação árabe, ameaçada de agressão pelas forças imperialistas.

Istambul, a cidade mais importante do país euro-asiático, é a sede do encontro internacional, que transcorre na ausência das autoridades legítimas de Damasco, mas com a presença do opositor Conselho Nacional Sírio (CNS).

Tampouco participarão o mediador da ONU na crise síria, Kofi Annan, nem altos funcionários dos integrantes do grupo mediador.

Segundo o diário turco Today's Zaman, somente 40 ministros de Relações Exteriores participam do evento, enquanto que os demais países “Amigos da Síria” enviarão delegações de menor nível.

Assim como ocorreu quando da realização da primeira reunião, a Rússia e a China recusaram-se a participar.

Para Moscou, esse evento tem uma orientação política unilateral e os participantes não se preocupam em buscar os modos para instaurar um diálogo interno na Síria a fim de terminar o conflito.

Por seu turno, Pequim considerou que as decisões da comunidade internacional sobre a Síria devem ajudar a aliviar a situação nesse país, promover o diálogo político, resolver as disputas e manter a paz e a estabilidade no Oriente Medio.

Segundo a chancelaria turca, os principais pontos da agenda serão “o fim da violência na Síria; conseguir a retirada de todas as forças armadas das cidades; superar a crise humanitária e estabelecer um acesso humanitário às pessoas com necessidades".

Os participantes também debaterão sanções contra a Síria e possíveis medidas adicionais.

Contudo, os próprios meios de comunicação turcos preveem o fracasso da reunião, por falta de consenso entre os “Amigos da Síria” e o CNS sobre uma estratégia única para tirar Assad do poder.

Espera-se que o grupo árabe, liderado por Arábia Saudita, Catar e Tunísia, imponha uma nova proposta para iniciar o diálogo entre as autoridades e a oposição síria, frente à opção ocidental de endurecer as sanções econômicas e a asfixia financeira.

Esses países árabes apoiavam a ideia da intervenção armada, mas mudaram de parecer em sua reunião de cúpula realizada no último dia 29 de março.

Por seu turno, o CNS renova o chamamento a armar os membros do Exército Sírio Livre, embora continue sem unificar critérios a respeito de sua atuação militar, uma das exigências dos estrangeiros para reconhecê-los e apoiá-los com material bélico.

Esse grupo realizou uma infrutífera reunião com outras frações minoritárias no início da semana em Istambul, onde surgiram discrepâncias em torno do plano contra as autoridades de Damasco e os chamados para reformar o CNS.

Esses oposicionistas armados só concordaram em fazer chegar ajuda humanitária às localidades mais afetadas pelo conflito e estabelecer uma zona de proteção garantida militarmente.

Os “Amigos da Síria” realizaram um primeiro encontro na Tunísia em fevereiro último, também sem convocar o governo sírio, mas com a presença do CNS, que exigiu na ocasião ajuda militar.

Damasco considerou a reunião um “encontro de inimigos” e denunciou os chamamentos para financiar a oposição armada porque significa "apoiar o terrorismo e prejudicar diretamente os interesses do povo".

Da redação, com informações da Prensa Latina