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ONU envia observadores à Síria para acompanhar plano de paz

Em 48 horas, uma equipe de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) desembarcará em Damasco, na Síria, para preparar a execução do plano de paz na região. O anúncio foi feito nesta terça-feira (3) pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe ao país, Kofi Annan.

Segundo ele, os peritos atuarão como observadores da implementação das medidas. O plano aceito nesta segunda-feira (2) pelo presidente da Síria, Bashar Al Assad, determina o cessar-fogo imediato, a autorização da entrada de ajuda humanitária e a abertura para as negociações com a oposição. Emissários de Assad disseram que até o dia 10 o plano será colocado em prática.

Para Annan, a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de enviar a missão de observadores também tem o objetivo de tentar controlar a violência na região. De acordo com ele, os representantes dos 15 países que integram o conselho – cinco como membros permanentes e dez como provisórios – apoiaram o envio dos observadores.

A crise na Síria surgiu a partir de manifestações contrárias ao governo. Os manifestantes querem a renúncia de Assad, liberdade de expressão e o fim das violações de direitos humanos. O presidente sírio acusa os terroristas de estarem por trás dos protestos.

A situação da Síria se torna mais complexa na medida em que os países imperialistas e seus aliados na região insistem em instrumentalizar, financiar e armar os grupos de oposição e exigem a derrubada do presidente Bashar Assad.

Os auto-proclamados "Amigos da Síria", reunidos neste domingo (1º de abril) na Turquia, fizeram uma série de provocações contra o país árabe e deram passos no sentido da intervenção estrangeira. A primeira delas foi dizer que a Síria deve aplicar o plano de paz, quando o presidente do país, Bashar al-Assad, já havia declarado sua decisão de fazer isso.

No último domingo (1º/4), a Turquia sediou a segunda reunião de um grupo auto-denominado “Amigos da Síria” cujas resoluções dificultam o processo de paz, na medida em que concentra sua estratégia na luta pela derrubada de Assad.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, sempre agressiva e provocadora contra a Síria, afirmou Assad "se equivoca" se acredita que pode derrotar a oposição.

Em coletiva de imprensa em Istambul, Clinton considerou que a "oposição (ao governo de Assad) está ganhando em intensidade, não perdendo" e que o presidente sírio está atuando como se pudesse esmagar os opositores.

"Se Assad continua, como está fazendo, sem pôr fim à violência", nunca implantará o plano de paz que firmou com o enviado da ONU e da Liga Árabe Kofi Annan, disse a secretária de Estado.

Por sua vez, o chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé, assumiu abertamente o lado da oposição. Ele declarou que o Conselho Nacional Sírio (CNS), no qual se agrupam a oposição e as organizações armadas, é o principal interlocutor da comunidade internacional.
Juppé revelou, além disso, que os países representados na coletiva dos "Amigos da Siria" tinham constituído um grupo de trabalho para elaborar eventuais sanções contra Damasco, que se reunirá em "cerca de quinze dias" em Paris.

O governo da Alemanha exigiu por meio de comunicado oficial que o regime de Assad cumpra "imediatamente" o cessar-fogo acordado com Annan, sem se referir às obrigações d aoposição.

Enquanto isso, a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia consideram que nenum plano de paz terá êxito enquanto Assad permanecer no poder. E o chefe da Liga árabe, Nabil al Arabi, pediu aos participantes do grupo dos “Amigos das Síria” para pressionar o Conselho de Segurança da ONU no sentido de para aplicar medidas contra o governo de Bashar al-Assad.

Redação, com agências