Inácio Arruda: Saúde é o que interessa

Aproveito o bordão de um dos alunos da Escolinha do Professor Raimundo, do imortal Chico Anysio, para tratar do maior investimento em saúde já realizado no Ceará. O debate que O POVO publicou na semana passada e a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) da Capital mostram que, se muito já feito, ainda há muito a fazer.

Por *Inácio Arruda

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) tem o desafio de superar as dificuldades criadas com a queda da CPMF. A questão do financiamento impede que uma das conquistas sociais mais importantes do País, o Sistema Único de Saúde (SUS), seja plenamente efetivada. O fim da CPMF subtraiu mais de R$ 60 bilhões anuais da saúde no País – com prejuízo para a sociedade e impacto danoso nas condições de trabalho e remuneração dos profissionais do setor.

A saúde já havia sido vítima da orientação neoliberal dos governos que antecederam Lula. Eles atuaram para liquidar os serviços públicos essenciais e o Estado, que queriam “mínimo”. Outra herança maldita foi o comprometimento das pesquisas e dos avanços tecnológicos com foco na saúde, devido ao desmonte das instituições e universidades públicas.

O Ceará está dando um grande passo com os investimentos na saúde, da básica à de alta complexidade. No Congresso, aumentamos os recursos federais e o estado e municípios aportaram também suas verbas.

Foram concluídas 125 Unidades Básicas de Saúde da Família. Os 44 hospitais polos e de pequeno porte receberam melhorias e equipamentos. Houve investimentos nas coordenadorias regionais de saúde. Às quatro policlínicas ativas irão juntar-se outras 18; aos nove Centros de Especialidades Odontológicas, outros nove. Às UPAs 24h de Maranguape e da Praia do Futuro serão somadas mais 46. Sobral receberá seu hospital escola regional, semelhante ao do Cariri, neste semestre e estão previstos o do Sertão Central e o Metropolitano.

A rede estadual contribui para desafogar o atendimento hospitalar na Capital, a quem também destinamos verbas federais. Muito se avançou, mas permanece o desafio de tornar o SUS efetivamente universal, público, gratuito e atendendo à população com qualidade e eficiência.

*Inácio Arruda é Senador (PCdoB-CE)

Fonte: O Povo